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Real valorizado deixa as usinas menos otimistas

A crise que se despede ensinou que não há mais espaço para a análise econômica reducionista. Agora é preciso investigar todas as variáveis de determinado cenário. Um bom exemplo é o atual momento vivido pelo setor sucroalcooleiro. Na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou que a produção de açúcar foi a maior dos últimos 30 anos, com a previsão de que sejam atingidas 34,6 milhões toneladas até o final de 2009. O preço no mercado internacional do produto continua em alta. Além disso, o etanol é cada vez mais consumido internamente, graças ao enorme avanço no número de veículos flex este ano. Ainda assim, a questão cambial e a qualidade da cana-de-açúcar que está sendo colhi! da têm reduzido parte da euforia dos empresários.

O dólar desvalorizado ante o real diminuiu o lucro das vendas externas de açúcar. Uma boa receita líquida era bastante aguardada, pois com o lucro as usinas iriam honrar vários compromissos financeiros contraídos no primeiro semestre, mergulhado na crise. Como, apesar de positivo, o balanço foi aquém do esperado, a previsão é de que 2010 ainda seja um ano de reorganização. “Foi um ano muito difícil, com várias empresas entrando em recuperação judicial. Começamos a safra com escassez de crédito e as linhas de financiamento que existiam estavam caras”, justifica o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), Renato Cunha.

Outro problema que acometeu a safra atual é o baixo índice do chamado Açúcares Totais Recuperáveis (ATRs). O nome técnico se refere a “riqueza da cana”, ou seja, o potencial de açúcar contido em uma tonelada da planta. Como o clima foi adverso para a c! ultura este ano, com muitas chuvas nas regiões produtoras do Centro-Sul do País, o índice médio que era de 140 quilos por tonelada em 2008, caiu para 131 quilos por tonelada de cana-de-açúcar em 2009. Dessa forma, há uma maior presença de água na cana, reduzindo sua produtividade.

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