JornalCana

Reajuste da gasolina não chega à bomba, afirmam postos

No dia em que entra em vigor o reajuste nos preços do combustível para as distribuidoras, não houve aumentos significativos para o consumidor no preço da gasolina nesta sexta-feira (2), segundo federações de postos de combustível e distribuidoras. Já o diesel teve um reajuste estimado de 8% a 9% na bomba – dentro das previsões do governo, que reduziu a incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para compensar o aumento de custo.

“Nos postos e nas distribuidoras com que conversei hoje, não houve repasse para os consumidores”, afirma o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda.

“Aparentemente, a redução da Cide foi suficiente para que as distribuidoras não precisassem repassar o preço para os postos”, completa. Para compensar o aumento do preço para as distribuidoras e evitar o repasse ao consumidor, o governo reduziu a incidência da Cide no litro da gasolina, de R$ 0,28 para R$ 0,18.

“No caso da gasolina, não subiu nada”, afirma José Alberto Gouveia, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro). “Recebi infomações sobre um único posto onde o litro da gasolina aumentou R$ 0,02”.

No Rio de Janeiro, o reajuste também não teria chegado ao postos, de acordo com Manuel Fonseca da Costa, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb). “Não houve reajuste generalizado hoje, e não vejo razão para que isso aconteça”, diz.

Impacto total

No entanto, Miranda ressalta que o impacto total do aumento só poderá ser mensurado no início da próxima semana. “É quando os postos vão receber maior quantidade de novas remessas de combustível, já dentro dos novos preços”, explica. Mas ele não espera um aumento generalizado:

“Se as distribuidoras realmente mantiverem o preço, como estão fazendo hoje, será muito difícil algum posto reajustar. Esse setor é extrememente competitivo; quem subir o preço da gasolina sozinho não se manterá”, prevê.

As distribuidoras confirmaram que não deverá haver aumento no preço da gasolina cobrado dos postos. “Ao que tudo indica, a redução da Cide, de fato é suficiente para cobrir o reajuste de 10% feito pela Petrobras”, afirma Alisio Vaz, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom).

Segundo ele, aumentos deverão ficar restritos ao preço do diesel – cuja redução de impostos não seria suficiente para compensar o aumento de 15% feito pelo governo – e eventualmente ao álcool, que estaria tendo flutuações nas últimas semanas devido ao preço cobrado nas usinas.

Diesel

O que realmente teve impacto nas bombas foi de fato o preço do óleo diesel. Segundo Miranda, o combustível nos postos já registra nessa sexta-feira um aumento médio entre 8% e 9%, em torno de R$ 0,135 por litro. Reajuste dentro dessa média foram detectados em postos de São Paulo e do Rio de Janeiro, de acordo com informações do Sincopetro e do Sindcomb.

O crescimento no preço do diesel pode gerar impacto nos veículos que usam o combustível, como frotas de transportê de carga e ônibus. Na quinta, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos já anunciou a intenção de solicitar um aumento médio de 6% no preço das passagens.

Anúncio

O aumento de 10% no preço da gasolina e de 15% no do óleo diesel para as refinarias foi anunciado na tarde de quarta-feira (30) pelo ministro da Fazenda Guido Mantega. De acordo com Mantega, esse reajuste não será repassado para os consumidores porque o governo decidiu reduzir a incidência da Cide no preço da gasolina

O ministro da Fazenda explicou que a Cide cai de R$ 0,28 para R$ 0,18 no preço do litro da gasolina. No diesel, a conta é outra. A Cide cai de R$ 0,07 para R$ 0,03 por litro do diesel. Isso, segundo Mantega, provocará um aumento de 8,8% nas bombas.

As reduções da Cide representarão para o governo uma perda de arrecadação de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões por ano. O ministro minimizou o impacto na inflação. De acordo com as contas apresentadas, o aumento do diesel terá impacto de 0,015% na inflação. “Nós consideramos isso irrisório”, afirmou. (Marcelo Cabral)

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram