JornalCana

Ranking de produtos exportados pode mudar

Complexos soja, sucroalcooleiro e carnes vão “brigar” pelo primeiro lugar. Pela primeira vez haverá uma disputa acirrada pelas primeiras colocações entre os produtos mais exportados pelo agronegócio brasileiro. A estimativa de analistas de mercado é que a diferença entre os três primeiros setores que mais comercializam fique pequena em 2007. Soja, carnes e sucroalcooleiro travarão uma batalha, com mudanças nas posições no decorrer do ano.

Os resultados do primeiro mês já mostram esta tendência. Diferente do ano passado, o complexo sucroalcooleiro aparece em segundo lugar, com US$ 693 milhões. “Os preços elevados e a safra maior estão proporcionando uma exportação maior do setor”, avalia Eliezer Lopes, coordenador geral de Organização para Exportações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo ele, em relação a janeiro do ano passado os preços do açúcar estão 17% e do álcool 32% maiores. Houve também aumento de volume: 77% para o açúcar – 1,8 milhão de toneladas – e 110% para o álcool – 269 mil toneladas.

Segundo ele, a mudança no ranking no primeiro mês do ano é resultado da sazonalidade da soja, cujos embarques se intensificam a partir do avança da colheita, no próximo mês. “Haverá uma aproximação do sucroalcooleiro em relação às carnes, mas na soja há expectativa de aumento do valor e da quantidade”, diz Lopes.

“Vai ser um ano de as posições ficarem emboladas”, acredita Amaryllis Romano, economista da Tendências. Segundo ela, a diferença entre soja, carnes e sucroalcooleiro ficará pequena. “Fica uma preocupação em relação às carnes por causa da gripe aviária que pode ajudar ou prejudicar, como retrair o consumo”, afirma a economista.

O superintendente-técnico da Confederação da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (CNA), Ricardo Cota, também acredita em uma disputa maior entre as três primeiras colocações. Segundo ele, tanto soja, quanto carnes e sucroalcooleiro podem fechar o ano com vendas externas na casa dos US$ 10 bilhões. Segundo ele, todos os três produtos vão registrar crescimento nas vendas externas neste ano, mas percentualmente a maior variação será para o sucroalcooleiro.

“Como a gente vai ter uma boa safra de soja, de 56 milhões de toneladas, devemos ter exportações pelo menos 5% maiores”, diz Cota. Para as carnes ele acredita que tudo indica que pode ser um ano bom, caso não haja novos problemas sanitários.

No mês

Segundo dados divulgados ontem pelo ministério, em janeiro as exportações do agronegócio somaram US$ 3,7 bilhões – alta de 28,7% em relação a igual período do ano anterior. As importações no período chegaram a US$ 611,7 milhões – crescimento de 25,1% -, gerando um superávit de US$ 3,1 bilhões.

Com exportações de US$ 715 milhões, o setor de carnes liderou as vendas. O destaque foi para a carne in natura, cujas exportações cresceram 39%, passando de US$ 180 milhões para US$ 260 milhões. O complexo sucroalcooleiro ficou em segundo lugar e a soja, tradicional principal item da pauta da exportações, em quarta colocação, com vendas externas de US$ 348 milhões, queda de 19,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

A receita com exportações de carne suína in natura apresentaram incremento de 6,7%, resultado de uma elevação de 8,2% nos preços e retração de 8,2% na quantidade importada. Já as exportações de frango in natura caíram 4,8% na quantidade embarcada, com preços 6,2% inferiores, o que resultou em uma queda de 10,8% no valor exportado. No que se refere aos destinos das exportações do agronegócio em janeiro, o ministério destaca o crescimento dos valores exportados para o Oriente Médio (75,8%); União Européia (37,9%); e África (30,5%).

Pela primeira vez, as exportações brasileiras do agronegócio ultrapassaram em 12 meses a marca dos US$ 50 bilhões. Entre fevereiro de 2006 a janeiro de 2007, as vendas externas do setor totalizaram US$ 50,2 bilhões, valor 14,4% acima do exportado entre fevereiro de 2005 e janeiro de 2006. As importações foram 30,6% superiores aos 12 meses anteriores: US$ 6,8 bilhões. Como resultado, o superávit acumulado nos 12 meses foi de US$ 43,4 bilhões.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram