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Químico ituano realiza estudo sobre produção de etanol com cascas de eucalipto

O químico ituano Juliano Bragatto, pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) na USP, descobriu durante a realização de seus experimentos que é viável produzir etanol a partir das cascas de eucaliptos descartadas pelas fábricas de celulose e papel.

Os estudos demonstram que uma tonelada de cascas gera 200 quilos de açúcares. E eles, por sua vez, permitirão produzir 100 litros de etanol. O número pode dobrar com o aproveitamento do açúcar existente na estrutura das cascas. Segundo o químico para haver um maior aproveitamento das cascas é necessário que o processo seja realizado logo após o corte, nessa etapa o material mantém 20% de açúcares solúveis. “Este número cai pela metade em um período de dois a três dias, pois ocorre a degradação dos açúcares na casca, por isso o ideal seria aproveitar o resíduo imediatamente após ser produzido”, diz Bragatto

O rendimento do processo de produção do etanol a partir dos resíduos de eucaliptos é semelhante ao do álcool de cana-de-açúcar.

“As cascas são submetidas a uma lavagem com água a 80 graus, onde se obtém uma infusão que é posta em contato com as leveduras”, explica o químico. “Também é possível moer a casca e realizar a fermentação com o caldo obtido, do mesmo modo que a cana.”

As pesquisas deverão prosseguir com a utilização de um maior número de variedades de eucalipto, para verificar com exatidão a composição química das cascas e a quantidade de açúcar disponível. “Este conhecimento é um passo importante para consolidar o conceito de florestas energéticas”, destaca Bragatto. “Uma vez obtido o açúcar, ele pode ter outras aplicações, como servir de matéria-prima na produção de bioplásticos e biopolímeros.

Segundo Juliano a pesquisa faz parte de sua tese de doutorado realizada na ESALQ/USP em Piracicaba.

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