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Queimar a cana antes ou colher?

Cuidados e melhorias no sistema de corte mecanizado tem trazido ótimos resultados para a Usina Guaíra, SP, que optou pela colheita mecanizada de cana crua. Dos 28 mil ha colhidos nesta safra, 65% dos seus canaviais serão feitos através da colheita mecanizada crua e em 35%, através da manual queimada.

“A cana queimada resulta em menor produtividade porque perde mel. Em termos de extração, a cana crua é melhor aproveitada. Estamos trabalhando pela quinta safra com a mecanização em cana crua. Apesar de ficar mais suscetível a cigarrinha da raiz, por causa da palha deixada no campo, acabamos de colher e uma máquina recolhe a palha. Fazemos o controle biológico de pragas, que além de ser mais barato é natural”, explica Paulo Reis Junior, gerente agrícola de transportes da Usina Guaíra.

Segundo ele, a colheita mecanizada em cana crua apresenta mais perdas do que a manual no quesito matéria prima. Mas para prevenir qualquer problema, a unidade tem uma equipe que faz diariamente o levantamento da máquina, parando-a se detectar problemas. “Trabalhamos com 12 colhedoras de cana”, informa.

Segundo ele, o início da mecanização é mais difícil, mas em menos de três anos conseguiram reduzir significativamente as perdas da colheita mecanizada e hoje os números estão em 2,5%. “Atribuímos esses resultados a um conjunto de atividades que incluem melhorias no plantio, desde o preparo do terreno até a velocidade da máquina, que foi reduzida para 3 km/hora e manutenção da faca de corte”.

Uma das melhorias, de acordo com o gerente agrícola, foi não usar a faca de corte até acabar. “Fazemos um rodízio dos lados da faca da colhedora, a cada 12 horas viramos e voltam a posição inicial novamente, a cada 24 horas. Com isso, obtemos resultados positivos apesar do consumo maior, mas as facas não estilhaçam e não deixam pedaços de cana na lavoura”, frisa.

Para Reis, o início da implantação da colheita mecanizada é mais difícil, mas com o tempo, as melhorias e cuidados mostram resultados positivos.

A usina conseguiu uma média de produtividade de 112 toneladas de cana/ha e esperam fechar a safra com 105 toneladas de cana/ha. “Atribuo em grande parte esses resultados, a colheita mecanizada”, afirma.

Na opinião do gerente agrícola, há um custo benefício na colheita de cana crua porque não agride a natureza, já que não é queimada e usa-se menos herbicidas, apesar de exigir mais cuidados.

Confira matéria completa na edição de setembro do JornalCana.

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