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Queimadas reduzem o negócio de colhedoras

As vendas de colhedoras de cana-de-açúcar devem cair 40% neste ano, para 80 unidades. A estimativa reflete a nova lei da queimada em São Paulo, que adia para 2020 o prazo para o fim de queimadas em canaviais mecanizáveis e, para 2030, aos não-mecanizáveis.

A manutenção das queimadas e a conseqüente colheita manual tendem a inibir a adoção de máquinas. A previsão da queda foi feita pela CNH e pela John Deere.

O mercado brasileiro de colhedoras de cana-de-açúcar deverá cair 40% este ano, para 80 unidades, em relação às 130 no ano passado. A queda, segundo os fabricantes, deve-se à nova lei da queimada em São Paulo, que prorroga para 2020 e 2030, respectivamente, o prazo para o fim das queimas em canaviais mecanizáveis e não mecanizáveis (com declividade acima de 12%).

A previsão é da CNH do Brasil, que produz colhedoras da marca Case, em Piracicaba (SP), e da John Deere do Brasil, que detém a marca Cameco, em Catalão (GO).

Além do Brasil, as duas empresas disputam acirradamente o mercado global de colhedoras, estimado em 500 unidades/ano e R$ 300 milhões. E vão contar a, partir de agora, com mais um concorrente: a Santal Equipamentos S.A., que em agosto colocará em teste no campo o novo projeto de colhedora. A empresa, de Ribeirão Preto, produziu, em 1972, a primeira colhedora de cana no País. Mas, com a defasagem tecnológica, perdeu mercado aos estrangeiros nos últimos anos.

“A partir de 2005, voltaremos a disputar mercado com os grandes”, diz o presidente Arnaldo Ribeiro Pinto. Em 2004, só algumas unidades serão produzidas, até que a linha de produção esteja consolidada, em 2005. A nova colhedora será apresentada ao mercado em maio de 2004 na Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, realizada em Ribeirão Preto.

Como preparação para o lançamento da colhedora, a Santal acaba de passar por uma reestruturação que envolveu investimentos em novos produtos (incluindo a nova máquina) e a contratação, no último mês, de novos executivos, como Paulo Raul Dalmolin, ex-gerente de vendas da Case, e José Arimatéia, novo superintendente da Santal e ex-diretor de marketing da Dabi Atlante, maior fabricante de equipamentos e consultórios odontológicos da América Latina. Além deles, a Santal contratou profissionais nas áreas administrativo-financeira e de logística e materiais.

“Além de elevador giratório de 180 graus, para carregar os veículos de transbordo do dois lados da máquina, a nova colhedeira de cana vai incorporar uma série de diferenciais que nos permitirá competir com os grandes.” Um dos diferenciais, “inéditos”, diz Pinto, será a capacidade de a máquina de colher mudas sem danificar gemas da cana. Ele acredita na agilidade da empresa no pós-venda para conquistar mercados.

A Santal cresceu 30% em 2002, para R$ 15 milhões. As vendas vieram sobretudo de carregadeiras (que colocam a cana cortada nos caminhões) e de veículos de transbordo (que transportam a matéria-prima dos canaviais à indústria). A empresa também produz guindastes e máquinas arrancadoras de amendoim.

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