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Queimada pode atingir 837 mil Maracanãs

Apesar do protocolo agroambiental para redução das queimadas, os usineiros da região de Ribeirão Preto pediram ao Estado autorização para queimar neste ano 849 mil hectares de cana, de acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente. O número equivale a 1,029 milhão de campos de futebol como o do Maracanã (de 8.250 m2).

Apesar dos pedidos, a secretaria já anunciou que irá limitar as autorizações, e as fazendas não poderão ultrapassar o teto de 691 mil hectares, que foi a quantidade de cana queimada na última safra. Ainda assim, significa dizer que a região irá conviver ao longo do ano com a queima equivalente a de 837 mil Maracanãs.

“Com certeza vai cair o número de autorizações, esse número é só um parâmetro. Vai ser bem menor do que na safra passada”, disse o gerente do projeto Etanol Verde da secretaria, Ricardo Viegas.

O protocolo agroambiental, proposto pelo Estado, prevê a extinção da queima da palha da cana em 2014 em plantações mecanizáveis e em 2017 para locais não mecanizáveis. A adesão é voluntária.

Neste ano, quem pediu a maior área a ser queimada foi a microrregião de Franca: 230 mil hectares. Na safra passada, foram consumidos pelo fogo para a colheita manual nas cidades da microrregião 194 mil hectares de canaviais.

Em seguida, solicitaram queima em maior quantidade as microrregiões de Ribeirão Preto (211 mil hectares) e Barretos (208 mil). A microrregião central, que engloba Araraquara e São Carlos, teve o menor pedido: 200 mil hectares (leia texto nesta página).

Segundo Viegas, a redução das queimadas acontece em um contexto de avanço da mecanização. Em todo o Estado, dos 4,027 milhões de hectares de cana colhidos na safra passada, mais da metade -2,230 milhões- utilizaram a máquina, o que equivale a 56%.

A meta da Secretaria do Meio Ambiente para a atual safra de cana é que as lavouras do Estado consigam alcançar, no mínimo, um patamar de 60% de índice de mecanização.

Como Viegas, o diretor regional da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Sérgio Prado, disse que o número excessivo de hectares solicitado para queima na safra deste ano não significa que esse total será efetivamente queimado. “Você faz o pedido contando que vai poder se movimentar na área, por uma margem de segurança”, afirmou o diretor regional.

Atualmente, segundo Prado, as principais usinas da região já alcançaram nível de 70% de mecanização da colheita. “E a tendência é aprofundar a mecanização. Há um interesse de todos de manter e ampliar a colheita por máquina”, afirmou.

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