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Queima do etanol produz 25% menos monóxido de carbono e 35% menos óxido de nitrogênio

A queima do etanol produz 25% menos monóxido de carbono e 35% menos óxido de nitrogênio que a gasolina, segundo a tese de Wilson Alves de Oliveira para obtenção do título de Doutor em Ciências, área de concentração em Estatística e Experimentação Agronômica na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP). Ambos os gases, tanto o óxido de nitrogênio quanto o monóxido de carbono (CO) são poluentes formados geralmente durante a combustão de combustíveis fósseis. Dessa forma, as nações preocupadas em diminuir seus índices de poluição atmosférica têm considerado como uma importante solução viável, a adoção de etanol como combustível automotivo.

A pesquisa “Modelos estatísticos integrados à metodologia Lean Seis Sigma visando ao aumento da produtividade na obtenção do etanol”, realizada por Oliveira na Esalq tem por objetivo apresentar propostas para a melhoria da qualidade e produtividade do setor, focado no desempenho dos processos e produtos a partir da aplicação de modelos estatísticos.

O pesquisador utilizou a metodologia “Lean Seis Sigma” aplicada no processo produtivo do etanol, em usina de açúcar e de álcool localizada no município de Caiua (SP), visando acelerar a velocidade do processo, através da redução do desperdício e da variabilidade. O uso da metodologia é baseada no novo ciclo de expansão da indústria canavieira, que é fundamentado nas expectativas de crescimento, pelo consolidado mercado interno, pelo mercado internacional, a expansão da produção representada pelos motores bicombustíveis, o mercado dos preços do petróleo, pelos compromissos de redução das emissões de CO2 e pela queda nos subsídios agrícolas para o açúcar.

De acordo com o orientador do trabalho, Décio Barbin, do Departamento de Ciências Exatas (LCE), cada fase do processo de produção de etanol foi analisado. “Wilson observou desde a chegada da cana na usina de açúcar, passando pela cana picada, lavada, extração do caldo, purificação, fermentação, até chegar à destilação. Por isso seu trabalho é importante, pois na parte de fermentação já existem muitos estudos importantes, mas um levantamento estatístico como este para saber o que é viável em relação à produção de etanol é, praticamente inédito. Existem modelos estatísticos a serem aplicados para esta finalidade”, afirma o professor.

O mapeamento do processo produtivo do etanol possibilitou a identificação das etapas que agregam valor ao processo. Os resultados mostraram uma redução significativa no “Lead Time” (tempo do processo) e a identificação das principais variáveis envolvidas no processo produtivo do etanol.

Alves de Oliveira afirma que uma reestruturação produtiva e organizacional vem ocorrendo de forma significativa. Algumas das medidas adotadas por empresas do setor, têm sido implementadas através de sofisticados mecanismos de gestão e controle do processo produtivo e da força de trabalho, como a utilização da informática no controle do processo produtivo, o uso de técnicas modernas de gerenciamento, a utilização de novos equipamentos, a intensificação do corte mecanizado da cana-de-açúcar e, mesmo, a ampliação do processo de terceirização. “Tornam-se importantes estudos que apresentem propostas para a melhoria da qualidade e produtividade do setor, focado no desempenho dos processos e produtos. Isto pode ser viabilizado por programas de controle de qualidade nas estruturas organizacionais, com uma abordagem de sistemas para a melhoria da qualidade por meio de métodos estatísticos”, conclui o pesquisador.

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