Mercado

Queda do álcool não chega ao consumidor

Do final de dezembro do ano passado a meados deste mês, o custo do álcool nas usinas chegou a cair R$ 0,09, mas o benefício não foi repassado ao consumidor. Em São Paulo, o preço médio nos postos quase não se mexeu: passou de R$ 1,367 em janeiro para R$ 1,362 na primeira quinzena de fevereiro -queda de 0,4%, aponta levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

As distribuidoras de combustível dizem que não aumentaram a margem de lucro.

O vice-presidente do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes), Alísio Vaz, afirmou que monitora os preços e não detectou um aumento da margem de lucro nem de postos nem de distribuidoras.

Segundo ele, a queda do valor do combustível na usina não foi detectada pela pesquisa da ANP porque o governo do Estado de São Paulo intensificou a fiscalização contra distribuidoras e postos que sonegavam.

Desse modo, eles tiveram de aumentar seus preços ao serem obrigados a recolher os tributos, o que “mascarou” a queda dos preços do álcool nas usinas. “O mercado em São Paulo é extremamente competitivo. Não há espaço para aumento de margem de lucro”, disse Vaz.

Sem o repasse dos preços mais baixos nas usinas, o valor da gasolina, composta em 23% pelo combustível de origem vegetal, também quase não cedeu. Passou em São Paulo de R$ 2,405 na média de janeiro para R$ 2,399 na da primeira quinzena de fevereiro.

No Rio de Janeiro, o combustível derivado da cana-de-açúcar chegou a aumentar. O preço do álcool subiu de R$ 1,728 na média de janeiro para R$ 1,744 nos 15 primeiros dias deste mês, apesar da redução do custo do produto na indústria. Já a gasolina variou de R$ 2,488 para R$ 2,489.

Segundo Rodrigo Melo, diretor do Sindicomb (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Município do Rio de Janeiro), os preços não recuaram porque as distribuidoras aproveitaram para recuperar margens de lucro.

“O preço nas usinas de álcool vinham caindo. Não há explicação para que não haja o repasse e que o preço ao consumidor não recue também”, disse o diretor do Sindicomb.

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