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Queda de preços dos alimentos segura inflação em São Paulo

O inflação acelerou em janeiro no município de São Paulo. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe bateu em 0,50% no mês, bastante acima do 0,29% de dezembro, por conta dos reajustes de mensalidades escolares e dos pacotes de viagens, que acontecem sempre nessa época.

O resultado da inflação, entretanto, ficou abaixo da última estimativa feita pela própria Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP), de alta em torno de 0,60%. Isso porque houve queda nos preços dos alimentos e o reajuste das mensalidades escolares foi menor que os 8% previstos inicialmente.

“O aumento de preços detectado no começo deste ano parece não ter passado de um susto”, disse Paulo Picchetti, coordenador da pesquisa da Fipe.

Na média, o aumento das mensalidades escolares não passou de 7%. O maior ficou com ensino fundamental, que teve alta de 6,95%. Nas faculdades, a Fipe captou reajuste médio de 4,04%.

Além do reajuste menor das mensalidades escolares, houve desaceleração no aumento dos pacotes de viagens. Na divulgação anterior, a alta era de 13,61%, mas no mês como acabou em 3,60%.

Mas a maior surpresa, segundo o economista, foi a deflação de 0,21% em alimentação. A cesta de compras da Fipe, composta principalmente por alimentos, ficou em média 0,35% mais barata.

Fevereiro

A inflação de fevereiro deve ficar próxima de zero. Picchetti projeta uma alta de até 0,10% para o IPC-Fipe. Educação e viagens não vão mais pressionar o índice.

Nessa conta, Picchetti considera um impacto de 0,02 ponto percentual do pagamento da segunda parcela do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e mais 0,04 ponto percentual do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

A tendência, segundo Picchetti, é que o grupo alimentação continue com deflação ao longo deste mês e que o preço do álcool combustível se estabilize. “A dinâmica em alimentação está bastante boa e deve continuar assim.”

A maiores quedas em alimentação no mês passado foram verificadas nos semi-elaborados, principalmente carne bovina e frango, cujos preços caíram em média 3,58% e 6,46%, respectivamente.

Picchetti explica que, nos dois casos, houve aumento da oferta interna por causa da redução nas exportações. De acordo com ele, a venda de carne ao mercado internacional foi prejudicada pela aftosa e a de frango, pela preocupação com a gripe aviária.

O economista afirmou ainda que o recuo da carne no atacado não foi ainda repassado para o varejo. Segundo ele, em 2005, a carne caiu 8,7% no atacado e apenas 1,64% para o consumidor.

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