Queda de preços do açúcar não evitará excedente, diz consultor
Apesar da perspectiva de que o Brasil dedicará a maior parte de sua safra de cana-de-açúcar à fabricação de etanol, o País ainda registrará excedentes de açúcar bruto nos próximos 18 meses, prevê o diretor-executivo da consultoria de açúcar e biocombustíveis Kingsman, Jonathan Kingsman. O superávit deve seguir pressionando os preços da commodity.
Se a cotação do açúcar bruto permanecer entre 16,50 e 18 centavos de dólar por libra-peso durante a colheita de cana, isso poderá reduzir em 3,5 milhões de toneladas a 4 milhões de toneladas a produção brasileira de açúcar, já que os preços negociados estão desvantajosos para os produtores. Mesmo assim, 35,9 milhões de toneladas de açúcar devem ser produzidas até o fim da temporada mundial, em 30 de setembro. Na última quarta-feira, 22, a commodity atingiu o patamar mais baixo desde julho de 2010 na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), a 16,65 centavos de dólar por libra-peso no vencimento julho.
Na safra de 2011/12, a oferta mundial de açúcar superou a demanda em 9,9 milhões de toneladas. Para 2012/13, Kingsman afirma que esse número deve crescer para 11,8 milhões de toneladas. Na semana passada, a Organização Internacional do Açúcar (OIA) divulgou previsão para o mesmo período de um excedente de 10 milhões de toneladas.
´O mundo terá de esperar até a safra de 2014/15 para que os produtores reajam à queda de preços e reduzam as plantações´, disse Kingsman. Nessa safra, o analista estimou que a produção deve ultrapassar o consumo em 4,9 milhões de toneladas. A previsão da OIA para o período é de 3,5 milhões de toneladas de superávit.
Kingsman afirmou ainda que a queda lenta das cotações do açúcar fez com que produtores não reduzissem a plantação de cana no ritmo esperado pelo mercado. No primeiro trimestre de 2013, período em que diferentes países iniciaram o plantio, os preços ficaram em média em 19 centavos de dólar por libra-peso, valor considerado atrativo. As informações são da Dow Jones.
