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Queda de preço do álcool ao consumidor é lenta, dizem produtores

Com a entrada da nova colheita de cana-de-açúcar, iniciada em março, vem caindo o valor pago ao produtor pelo litro de álcool hidratado, que serve de combustível tanto para veículos da frota antiga quanto para os novos modelos bicombustíveis ou flexfuel, como são chamados. Entretanto, segundo comunicado divulgado pela União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), o repasse ao consumidor final ainda não é sentido.

No comunicado, o presidente da Unica, Eduardo Pereira de Carvalho, defendeu maior velocidade no repasse da queda de preço ao comércio varejista. “A tendência é de preços mais baixos na safra e mais altos na entressafra, com uma volatilidade inerente a esse tipo de mercado”, disse ele.

Com base no levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP, a Unica informou que, na semana passada, o preço ao produtor caiu de R$ 0,90 (o mesmo cotado em dezembro do ano passado) para algo em torno de R$ 0,86. Já o valor médio cobrado nos postos de combustíveis da cidade de São Paulo foi mantido em R$ 1,68, bem acima do constatado em dezembro de 2005 (R$ 1,29), diz o comunicado, com base no levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

De acordo com a previsão de safra apresentada na semana passada pela Única, a produção de álcool em geral deve crescer 8,8% com a oferta de 15,6 bilhões de litros na região centro-sul, que é a maior fornecedora do setor sucroalcooleiro do país, com uma participação de 85%.

Desse total, 6,6 bilhões de litros deverão ser de álcool anidro, usado como aditivo na gasolina. Esse montante é 5,8% menor do que na safra anterior. Já a estimativa de produção de álcool hidratado é de crescimento de 22,9% com a oferta de 9 bilhões ante 7,3 bilhões da safra anterior.

Os dados são feitos sobre os estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP. Para a safra 2006/2007, está previsto ainda aumento de 11,32% na moagem de cana-de-açúcar, com 375 milhões de toneladas ante 336,8 milhões da safra anterior. Diante desse quadro, a projeção é de crescimento de 15,84% na produção de açúcar (25,5 milhões de toneladas).

Os cálculos apresentados pela Unica indicam que 87,8% do álcool produzido serão destinados ao mercado interno e apenas 12,2% deverão ser exportados. No caso do açúcar, o movimento é inverso, pois 68,6% é a fatia prevista para atender as encomendas estrangeiras e o restante, 31,4%, é a reserva que deve garantir o consumo interno.

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