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Quase 80% da cana é colhida a mão

Com 80% da cana colhida a mão, segundo investigações promovidas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Trabalho e Emprego, as usinas começaram a desativar os alojamentos, locais onde ficava evidente a forma degradante do tratamento dado aos cortadores.

A forma encontrada para fugir da fiscalização foi induzir, ou mesmo obrigar, os trabalhadores a alugar casas nas cidades próximas. Essa irregularidade junta-se às velhas conhecidas: falta de fornecimento de água potável e em quantidade suficiente, comida deteriorada, transporte precário de trabalhadores, excesso de jornada e falta de descanso com o incitamento à produção excessiva, como maneira de auferir melhor remuneração:

“Com a expansão desse setor, já estamos vendo aumentar essas ilegalidades. E tememos que o cenário fique ainda pior. Eles, por exemplo, não sabem quanto vão receber. A cada dia há uma nova cotação”, afirma o procurador Luís Camargo, coordenador nacional de Erradicação do Trabalho Escravo do MPT.

Mas essas irregularidades, somadas aos danos ambientais, podem fazer o setor sofrer com barreiras não tarifárias. A Comunidade Européia, por exemplo, numa reunião realizada em março, em Bruxelas, decidiu que só comprará etanol dos países que tiverem certificação ambiental. Falta decidir quando a decisão entrará em vigor. Antes que a exigência se transforme numa barreira comercial, o Inmetro já começou a elaborar um Programa de Certificação do Etanol. A previsão é que fique pronto em outubro. Além de atestar as qualidades físico-químicas do produto, o Inmetro vai garantir se ele não é proveniente de área desmatada e se não envolveu trabalho escravo ou infantil.

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