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Proporção entre linhas na área a ser plantada

Nesta segunda parte do conteúdo, João Rosa (Botão), do Pecege destaca sobre a determinação da taxa de desdobra, etapa prioritária para encontrar a proporção das linhas-mãe e linhas-filha

Com a definição da taxa de desdobra, é possível encontrar a proporção entre linhas-mãe e linhas-filha na área total a ser plantada.

Para que essa determinação seja possível, faz-se necessário o relacionamento dos parâmetros com o espaçamento (B5) adotado, afinal, pode-se plantar mais ou menos cana na mesma área. Depende da distância que se estabelecem os sulcos de plantio.

Para o exemplo em questão, considerou-se o espaçamento de 1,50 metros, resultando em 6.666 metros lineares (1 hectare tem 10.000 m2, que ao ser dividido por 1,5 m, resulta neste quase número da besta).

Se tomarmos como base que a área total tem 6.666 metros lineares e que, a taxa de desdobra estabelece a proporção entre mãe e filhas como sendo de 1:12, têm-se 555 metros de linhas-mãe e 6.111 de linhas-filha.

Posto de outra forma, em termos relativos, a área total da MEIOSI em questão teria 8,3% de linhas-mãe e 91,7% de linhas-filha.

Passo 2 – Estabelecer o sistema de produção e os respectivos custos operacionais

Definido o dimensionamento geral da MEIOSI, o próximo passo é caracterizar o sistema de produção, relacionando aspectos operacionais e econômicos.

Neste sentido, sugere-se inicialmente o estabelecimento das atividades realizadas em função das estruturas da MEIOSI, indicando ainda, a intensidade das operações.

O negrito foi proposital e colocado a fim de destacar que o uso de determinada operação se restringe a estrutura em questão, sem qualquer ponderação com as participações relativas.

De forma a facilitar o raciocínio, vamos tomar como exemplo a irrigação, que é realizada com uma intensidade de 400% nas linha-mãe. Isso significa que as linhas-mãe (e apenas elas) foram irrigadas 4 vezes durante o plantio.

Outro exemplo é a grade aradora, demandada também em 4 momentos no sistema proposto, sendo: i) uma primeira vez em área total (100%), ii) outras duas vezes (200%), porém, apenas nas linhas-mãe e; iii) uma terceira vez, agora apenas nas linhas-filha (100%).

Aspecto operacional

Sob o aspecto operacional basicamente é isso: definir o quê e quanto se faz.

As classificações dos estágios nas respectivas células da coluna B (B11:B26) são informações complementares e que, por enquanto, não servem para nada.

Elas serão úteis mais adiante, objetivando um detalhamento dos custos por estrutura e estágios de produção.

Do ponto de vista econômico, a respectiva inserção dos custos deve ser realizada de forma ABSOLUTA (em negrito e caixa alta, portanto, é importante, preste atenção!), sem qualquer ponderação com as estruturas ou intensidade de utilização.

Vamos tomar como exemplo a operação de transplantio, cujo custo com insumos – no caso, muda pré-brotada (MPB) – representa cerca de R$ 16 mil/hectare (G18).

Note que o custo é absoluto, sem qualquer efeito relativo, como se fossemos plantar integralmente 1 hectare com MPB. Inclusive, observe que o mesmo registro aparece novamente (G21), atrelado agora ao replantio, porém sem qualquer ponderação.

Destaca-se ainda que se optou por uma estrutura de custos simplificada na planilha, segmentando apenas em custos da operação – seja máquina ou mão-de-obra – e insumos, expressos em R$/hectare (ha).

Passo 3 – Relacionar a estrutura da MEIOSI (passo 1) com o sistema de produção/custos operacionais (passo 2)

O terceiro passo consiste em relacionar as etapas anteriores, ponderando os custos operacionais absolutos em função da realização e estrutura da MEIOSI.

Na ilustração a seguir tem se o exemplo, novamente, para o transplantio, em que o custo absoluto de R$ 16.917/ha (H18), quando relacionado no sistema, resulta em um custo operacional ponderado de R$ 1.410/ha (K18).

Com a realização desta etapa para todas as operações e, posterior soma das etapas, têm se o custo por estrutura e também geral da MEIOSI, calculado, neste caso, em R$ 6.881/ha (L28).

As classificações por estágio que até então não tinham sido utilizadas para nada, agora entram em cena.

Com a padronização das informações e estruturação da planilha, é possível fazer uma soma condicionada, permitindo uma análise mais detalhada dos fatores, como o quadro compreendido no intervalo de células A28:E32.

Passo 4 – Simulações

Como diria o amigo e professor Marcos Milan: “o difícil é armar o circo, depois é um espetáculo atrás do outro”. Pois bem, com nosso circo armado, é possível fazer uma série de simulações, como a ilustrada a seguir (realizada com o apoio da ferramenta tabela de dados, do Excel), em que evidencia-se o impacto da dosagem de mudas em algumas das variáveis de saída do modelo, como taxa de desdobra, quantificação de linhas-mãe e filhas e o custo da MEIOSI.

A conclusão é que a medida que se aumenta a dose de mudas, reduz-se a taxa de desdobra, aumenta-se a proporção de linhas-mãe em relação as filhas, resultando, consequentemente, em elevação dos custos. Sei que é óbvio, mas uma das vantagens do modelo é justamente esta, quantificar a obviedade de algumas teorias e permitir tomadas de decisões mais assertivas.

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