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Propaganda que associa trabalho infantil ao setor é criticada

Lideranças afirmam que segmento não emprega crianças

José Inácio de Morais ficou indignado com a propaganda

Circula em redes sociais, um banner de uma propaganda que associa o trabalho infantil ao setor canavieiro. A publicidade, inclusive, coloca uma foto de um feixe de cana-de-açúcar ilustrando a comunicação que recebeu nesta quinta-feira (21), uma nota de repúdio da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan).

O presidente da entidade, José Inácio de Morais, ficou indignado ao tomar conhecimento da peça publicitária. “Nós não somos empregadores de mão de obra infantil e há muito tempo que os trabalhadores canavieiros ganharam melhores condições de trabalho no campo, portanto, associar nosso segmento a práticas ilegais é um absurdo, é descabido e inaceitável. A Paraíba, no que tange nosso setor, não tem mão de obra infantil”, afirmou o dirigente.

José Inácio lembra que várias empresas ligadas ao segmento no estado, a exemplo da Monte Alegre, Miriri, Tabu e Japungu são, inclusive, reconhecidas como empresas amigas das crianças por iniciativas que ajudam as crianças a terem mais oportunidades, a exemplo da manutenção de creches, escolas, bibliotecas, espaços de lazer, etc. “As empresas paraibanas também são fiscalizadas frequentemente pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e têm reconhecido seu compromisso social”, reitera o dirigente canavieiro.

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Marcos Fava Neves, prof. Dr. da FEA/USP e especialista em agronegócio, também repudiou a propaganda. Em seu perfil nas redes sociais Neves escreveu: “O MPT deve se comunicar com a sociedade, mas não deve em suas comunicações usar os recursos públicos para atacar agentes da economia que não servem de exemplo para suas mensagens e estão justamente entre os que provém o orçamento do MPT. Errou ao atacar o setor de cana-de-açúcar, que caminha a largos passos para a sustentabilidade nos pilares ambiental, social e econômico. Há vastas literatura com esses números”, destacou.

Para José Inácio iniciativas como essa só desconstroem a imagem de um setor vital para a economia do país, inclusive, na geração de emprego e renda no campo. “Nós somos quem mais empregamos no campo, respeitamos as regras de sustentabilidade, geramos renda e não empregamos mão de obra infantil. Essa campanha do MPT deveria ser retirada imediatamente e o segmento deveria receber um pedido de desculpa formal pelo constrangimento causado por essa falsa e equivocada associação com o trabalho infantil”, finaliza José Inácio.

Marcos Fava Neves afirma que não se pode atacar agentes da economia que não servem de exemplo para mensagens do MPT
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Sobre a propaganda

No banner,  a o trabalho infantil a uma vaga de emprego para crianças e utiliza uma foto de cana com a frase “Fazenda infância destruída’ e ainda tem os dizeres: Procura-se profissional mirim com agilidade para cortar cana e colher café…. Mais em baixo, o banner destaca: Essa vaga não existe, mas o trabalho infantil continua sendo realidade na vida de muitas crianças”.

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A assessoria de imprensa do MPT explicou que a campanha é de autoria do Fórum de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil de Presidente Prudente e Região, do qual faz parte, juntamente com outras entidades e órgãos públicos.

Entre eles, citou o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região; Ministério Público do Trabalho; Ordem dos Advogados do Brasil; Juizado da Infância e Juventude; Promotoria da Infância e Juventude; Ministério da Economia, Secretarias de Assistência Social e de Educação da Prefeitura de Presidente Prudente; Secretaria Estadual da Educação de Presidente Prudente; instituições do Sistema S; entidades de profissionalização, sindicatos de empregos e empregadores; Associação Comercial e União das Entidades de Presidente Prudente e Região e Conselhos Tutelares e Municipal dos Direitos das Crianças e do Adolescente. No entanto, não houve manifestação quanto à associação da campanha ao setor canavieiro.

 

 

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