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Programa de revitalização colhe sua primeira safra

Os pequenos produtores rurais de Quissamã, no Norte Fluminense, começam a colher a primeira safra de cana-de-açúcar financiada pelo Programa de Revitalização da Lavoura Canavieira com recursos dos royalties de petróleo. São 60 mil toneladas que renderão cerca de R$ 2 milhões para 66 produtores locais, cujas lavouras somam 800 hectares. Até o fim do ano, a prefeitura investirá R$ 4 milhões, concluindo os R$ 5,5 milhões previstos para plantar 3,2 mil hectares e beneficiar 150 agricultores.

“Estamos transformando os recursos dos royalties em uma atividade econômica auto-sustentável, capaz de gerar emprego e renda na região”, afirma o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Econômico de Quissamã, Haroldo Carneiro. Ele diz que “nunca se plantou tanta cana na região”. Segundo Carneiro, a verba aplicada é suficiente para colher em cinco anos, um milhão de toneladas de cana, o equivalente, depois de processadas, a 2 milhões de sacas de 50 quilos de açúcar.

“Com R$ 5,5 milhões, o governo municipal viabilizará a geração de R$ 60 milhões para os produtores; o montante voltará duas vezes” afirma. “O programa vai render cerca de R$ 7,2 milhões em ICMS, com base em alíquota de 12%, e no pagamento direto, pelo produtor, do financiamento do plantio”, diz Carneiro. Os produtores beneficiados pelo projeto pagam, sem juros nem correção monetária, 20% ao ano do que foi gasto na plantação, por cinco anos.

Febre da cana

O presidente da Cooperativa Mista dos Produtores de Quissamã, Norman Steiner, confirma a febre de plantio de cana na região, incentivada pela alta do preço do produto no mercado. “A expectativa é de que o valor da tonelada da cana oscile, este ano, entre R$ 36 e R$ 40, enquanto no ano passado girou em torno dos R$ 30”, diz Steiner. Ele completa que a combinação da injeção de recursos no setor, com o aumento da composição de álcool na gasolina e o aquecimento do mercado externo de açúcar estimularam os produtores a direcionar suas lavouras para o cultivo da cana. Segundo o presidente da cooperativa, a safra local do próximo ano atingirá 250 mil toneladas, ante as 140 mil previstas para 2003.

A produção dos agricultores beneficiados com o programa municipal é comprada pela Usina Santa Cruz, em Campos (RJ), do Grupo J. Pessoa, sediado em São Paulo. O grupo, que encampou a Usina Quissamã, pretende investir este ano R$ 5 milhões na plantação de 2 mil hectares de cana em Quissamã. “Nosso plano prevê o plantio de seis mil hectares até 2005, totalizando R$ 15 milhões em recursos”, afirma o diretor-superintendente da Usina Santa Cruz, Jean Gérard Lesur.

Aumento na demanda

A recuperação da Usina Quissamã, que deverá entrar em funcionamento em 2005, aumentará, segundo Lesur, a demanda por cana na região. “A previsão é de que em seu primeiro ano de funcionamento, a usina processe 800 mil toneladas de produto, das quais metade será adquirida de fornecedores”, afirma Lesur. A usina, ele completa, será reformada para operar com capacidade de moagem de 1,5 mil toneladas de cana por ano. Ele prevê que 70% da matéria-prima seja destinada à produção de açúcar e o restante à de álcool. A recuperação da unidade, orçada em R$ 50 milhões, vai gerar, diz Lesur, 300 postos de trabalho, além de outros 1,3 mil no campo.

A demanda por financiamento para as lavouras de cana da região trará de volta, segundo Carneiro, o programa estadual Rio Cana, que deverá ser relançado ainda este mês. Desenvolvido em parceria com o Banco do Brasil, o Rio Cana, prevê acesso ao crédito com prazo de cinco anos para pagamento e juros fixos de 8% ao ano. Os recursos estimados são da ordem de R$ 5 milhões, destinados a 180 produtores locais.

ANP vê queda de 10% no preço da gasolina no ano

O preço da gasolina registrou queda pela nona semana consecutiva e já acumula uma redução de 10% no ano. Segundo a pesquisa semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo), o preço médio da gasolina no país está em R$ 2,001, contra R$ 2,017 na semana anterior. Neste ano, o litro da gasolina chegou a ser vendido por R$ 2,223. O Sudeste é a única região na qual o preço está abaixo dos R$ 2 (R$ 1,957).

São Paulo tem o preço mais baixo da região (R$ 1,922). O mercado espera para esta semana uma nova redução no preço da gasolina nas refinarias da Petrobras. Segundo especialistas, o valor do combustível no Brasil estaria acima do preço praticado no mercado internacional, o que daria margem para uma nova queda. A estatal não confirma a informação.

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