JornalCana

Produtores vão divulgar produção de álcool na Marquês de Sapucaí

O usineiro José Pessoa de Queiroz Bisneto escolheu nada menos do que a Marquês de Sapucaí para chamar a atenção do mundo para o álcool combustível. Em uma bela jogada de marketing, ele acaba de firmar parceria com a escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, do Rio de Janeiro, que vai levar para a passarela do samba a história da produção do álcool no Brasil. Ontem, o empresário e representantes da escola estiveram em Araçatuba para visitar algumas usinas da região e lançar o Carnaval 2004, cujo tema será A cana que aqui se planta, tudo dá… Até energia. Álcool, o combustível do futuro.

A escolha por Araçatuba, conta José Pessoa, deve-se à tradição da região na produção do álcool — o noroeste paulista é considerado um dos berços do Proálcool (Programa Nacional do Álcool), no final da década de 70. “A região merece um destaque especial porque é, sem dúvida, a que mais deve evoluir na produção da cana-de-açúcar, ocupando nos próximos anos a liderança nacional do setor sucroalcooleiro”, afirmou.

O custo do desfile da escola de samba está orçado em R$ 4 milhões, segundo o carnavalesco Renato Lage. Os usineiros devem contribuir com pelo menos R$ 1 milhão e o restante, será arrecadado pela Salgueiro. Além de Lage, estiveram em Araçatuba a também carnavalesca Márcia Lavia e a diretora de marketing da escola, Lúcia Camilatti.

A estratégia do empresário ao firmar a parceria com a Salgueiro é aproveitar a visibilidade do Carnaval carioca, que atinge pelo menos 200 países no mundo todo para mostrar a importância do álcool, combustível considerado ecologicamente correto por não poluir, além de ser o responsável pela geração de milhares de empregos no campo e na indústria.

“Queremos chamar a atenção do mundo para o álcool”, afirmou. “E para isso nada melhor do que o Carnaval carioca, que é visto e ouvido por pessoas do mundo inteiro”, completou, garantindo que estará presente na avenida no desfile da escola de samba.

De tradicional família do setor sucroalcooleiro, que atua no ramo desde o século 18, José Pessoa é presidente do Grupo José Pessoa, formado por oito usinas de açúcar e álcool, sendo uma delas a Benálcool, localizada em Bento de Abreu. O empresário é também um dos acionistas da Alcoazul, de Araçatuba.

O presidente da Udop (Usinas e Destilarias do Oeste Paulista), Luiz Guilherme Zancaner, achou excelente a idéia de divulgar o álcool por meio de uma escola de samba carioca. “Somos extremamente competitivos na produção do álcool e o Carnaval é uma boa forma de dizermos isso ao mundo”.

MERCADO EXTERNO -Na safra 2003/2004, a estimativa é de que sejam produzidos 12,5 bilhões de litros de álcool. Deste número, pequena parcela, equivalente a 500 milhões de litros, é destinada ao mercado externo. O restante é consumido no Brasil.

O empresário destaca que o potencial do mercado mundial é muito grande, a ponto de não ser possível mensurá-lo. Como exemplo, ele cita a Itália, que enfrenta problemas de poluição ambiental. “Se os italianos misturassem álcool em toda a gasolina que consomem, seriam necessários 18 bilhões de litro de álcool por ano para atender a demanda”, exemplificou.

Já o mercado japonês, afirmou, tem potencial de consumo de pelo menos 6 bilhões de litros/ano, levando em conta que o porcentual de mistura do álcool à gasolina lá é de 3%. “Outros países também tem interessam pelo álcool, como a França e o México, para diminuir os índices de poluição”, disse.

INSPIRAÇÃO – Ontem, os carnavalescos sobrevoaram algumas áreas da região de Araçatuba e também do Mato Grosso do Sul tomadas pela cana-de-açúcar. Eles também visitaram unidades produtoras para buscar inspiração para a confecção das fantasias, alegorias, carros e alas da escola, que no ano passado ficou em 7º lugar no Carnaval carioca.

Em 2004, a escola vai ingressar na Marquês de Sapucaí com 4,5 mil componentes e oito carros alegóricos. O primeiro carro deverá representar uma grande usina, chamada de Usina da Alegria, que vai mostrar a chegada da cana no Brasil, trazida pelos portugueses. Haverá ainda uma cidade fictícia que levará o nome de Alcóopolis, diz Renato Lage, um dos carnavalescos da escola.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram