JornalCana

Produtores rurais preparam empresas para abrir capital

Depois das grandes usinas e frigoríficos, a febre das ofertas iniciais de ações começa a atrair um setor em que predominam a instabilidade das receitas e a imprevisibilidade do desempenho. Grandes produtores de grãos do Mato Grosso preparam a abertura de capital das companhias que criaram para gerir seus negócios. Limitações do crédito rural e alto custo do dinheiro emprestado pelas tradings reforçam a alternativa.

Analistas de fundos brasileiros, americanos e europeus, que administram carteiras de US$ 1 trilhão, visitaram o Estado a convite do Deutsche Bank e Banco do Brasil, e já avaliam oportunidades de investimentos.

Um dos maiores produtores rurais do país, o gaúcho Otaviano Pivetta anunciou aos potenciais investidores que entrará na febre dos IPOs no início de 2008 com a sua Vanguarda do Brasil S.A. Pivetta planta 170 mil hectares de soja, algodão, milho e arroz em 11 fazendas. Sua empresa fatura US$ 197 milhões e é fortemente verticalizada – produz as sementes, planta, industrializa e transporta soja e algodão até o porto de Paranaguá (PR). A produção de milho abastece a criação de 80 mil suínos, que são abatidos por uma cooperativa e exportados. Com a ida à bolsa, Pivetta planeja expandir a criação de bovinos de 30 mil para 100 mil cabeças, construir um abatedouro de grande porte e elevar a capacidade de esmagamento de soja de 10% para 40% da produção, além de erguer uma usina de biodiesel e outra de etanol à base de milho.

Dono do Grupo Bom Futuro, que fatura US$ 300 milhões, o paranaense Eraí Maggi Scheffer também prepara o terreno para ir à bolsa. Considerado o maior produtor do Brasil, com 200 mil hectares de soja, milho e algodão espalhados por sete municípios do Mato Grosso, Eraí contratou a consultoria que ajudou a SLC Agrícola a preparar a abertura de capital.

O governador do Estado, Blairo Maggi, disse que a principal empresa de sua família, a Amaggi, deve seguir a tendência. “Estamos prontos para abrir o capital. Já tivemos várias auditorias e consultorias. Falta apenas a decisão estratégica sobre o melhor momento”. Com sede em Rondonópolis, a empresa tem 17 fazendas e fatura US$ 700 milhões.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram