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Produtores não podem assumir todos os custos da preservação, defende pesquisadora

Para que se alcancem resultados satisfatórios no cumprimento da reserva legal por parte dos produtores rurais, é imprescindível políticas públicas que disponibilizem linhas de crédito especiais, com taxas de juros subsidiadas e prazos de carência compatíveis com o tempo necessário para que se obtenha o retorno financeiro adequado do manejo dessas áreas, de onde é possível extrair madeira-de-lei.

De acordo com a pesquisadora Maria do Carmo Ramos Fasiaben, ao exigir a preservação de florestas em propriedades privadas, o Estado quer fazer com que toda a sociedade usufrua dos serviços ecossistêmicos. “Como a preservação traz despesas aos proprietários de terras, é necessário desenvolver mecanismos compensatórios. Não é justo que os produtores assumam todos os custos”, afirma.

Pelos cálculos de Fasiaben, utilizando o modelo de recuperação e manejo sustentável desenvolvido pelo Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (Lerf) da Esalq/USP, o custo médio de implantação de um hectare de reserva legal é de R$ 4.500,00. O problema é que a exploração comercial leva pelo menos 20 anos após o plantio, prazo para que a madeira de qualidade esteja pronta para uso.

Na opinião do deputado federal Arnaldo Jardim, a questão da preservação ambiental já está posta, é irreversível, mas é importante que os proprietários desenvolvam maneiras racionais e sustentáveis de explorar as áreas de reserva legal. “Os produtores não podem pagar a conta sozinhos. A legislação tem que contemplar as especificidades de cada região e o perfil de cada propriedade agrícola, sem que haja prejuízo na sua produtividade”, defende. (Veja reportagem completa na edição 201 do JornalCana)

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