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Produtores moem mais cana em Minas

Empresários alagoanos do segmento sucroalcooleiro estão investindo pesado no Triângulo Mineiro e a expectativa é de que, nos próximos quatro anos, Minas Gerais possa ser auto-suficiente em açúcar e álcool. A previsão é de que serão investidos R$ 400 milhões no próximo ano, sobretudo de companhias de Alagoas que, desde meados da década de 90, têm garantido a expansão da produção de açúcar e álcool nesta região mineira.

O Grupo Tércio Wanderley anunciou na última semana a construção de uma nova unidade em Limeira do Oeste, na região, que demandarão recursos da ordem de R$ 85 milhões – R$ 50 milhões na unidade industrial e o restante para a plantação de cana-de-açúcar.

Campo Florido

O anúncio da nova unidade industrial do grupo acontece antes mesmo do término da implantação de uma usina de açúcar, em Campo Florido, que demandou recursos de também de R$ 50 milhões. O conglomerado chegou em 1994 ao Triângulo Mineiro, adquirindo a destilaria Alexandre Balbo, hoje Usina Coruripe Filial Iturama, no município de mesmo nome. A unidade passou de uma moagem de 900 mil toneladas de cana, naquele ano, para 2,5 milhões de toneladas, este ano, tornando-se a maior produtora individual de álcool de Minas Gerais, com uma produção estimada de 120 milhões de litros.

“O faturamento do grupo deve ficar em algo em torno de R$ 500 milhões esse ano. A expectativa é de que 60% desse montante seja proveniente das unidades mineiras”, afirmou o diretor-gerente do grupo, Vítor Montenegro Wanderley Júnior, durante o anúncio dos investimentos em Limeira do Oeste.

Novos investimentos

O Grupo Carlos Lyra, também alagoano, que produz 1,85 milhão de toneladas de cana – 3,4 milhões de sacas de 50 quilos de açúcar e 49 milhões de litros de álcool por ano – em duas unidades industriais no Triângulo, em Delta e em Conceição das Alagoas, atua na sua capacidade máxima. No mês passado, o conglomerado anunciou que está definindo um novo município para a implantação de uma terceira unidade na região, com investimentos estimados de R$ 100 milhões e previsão de início de produção para 2006.

Hoje, as unidades mineiras do Grupo Carlos Lyra, que iniciaram suas operações no Triângulo Mineiro há somente três anos, são responsáveis, por sua vez, por mais de 50% do faturamento do grupo com álcool e açúcar, de R$ 400 milhões em 2002.

Outras companhias do segmento sucroalcooleiro deverão aplicar recursos na implantação de novas unidades de açúcar e álcool na região e na ampliação da capacidade já instalada. A Santa Ângelo, em Pirajuba, pretende dobrar a produção nos próximos três anos, passando da moagem de 710 mil toneladas de cana-de-açúcar atuais para 1,3 milhão de toneladas. Para tanto, deverá investir recursos da ordem de R$ 28 milhões.

Já a paulista Usina Moema, está instalando canteiros de cana-de-açúcar no município de Itapagipe e tem previsão de iniciar a produção em 2006. O Grupo Triunfo, por sua vez, está instalando uma usina de álcool no município de Santa Juliana, com capacidade para moer 700 mil toneladas de cana-de-açúcar e produção de 60 milhões de litros de álcool. A indústria deve iniciar as operações em 2005.

Mais matéria-prima

“Até 2007, devido sobretudo à expansão da cana-de-açúcar no Triângulo, Minas Gerais será auto-suficiente na produção de álcool e açúcar”, disse o presidente do Sindicato do Açúcar e do Álcool de Minas Gerais (Sindaçúcar), Luiz Custódio Cotta Martins.

No ano passado, segundo o empresário, a produção de açúcar cresceu 22%, atingindo 1,3 milhão de toneladas. Na produção de álcool, a expansão foi de 24%, chegando a 776 milhões de litros. “O resultado que estamos obtendo é fruto, principalmente, da expansão da cana-de-açúcar no Triângulo Mineiro”, afirmou Martins.

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