Mercado

Produtores derrubam as cercas em Lins

No município de Lins, interior de São Paulo, um grupo de sete pequenos produtores rurais derrubou as cercas de arame farpado que separavam as suas propriedades e está compartilhando as atividades na lavoura. Eles querem ganhar escala e reduzir custos, de forma a ter mais competitividade para atuar como fornecedores de cana-de-açúcar para usinas.

“Para esses produtores, a união realmente faz a força”, afirma o agrônomo Harumi Hamamura, da Cooperativa Agrícola de Lins e Região (Coalins), que está acompanhando a experiência. Trata-se do primeiro grupo de pequenos produtores rurais constituído formalmente para atuar como um único fornecedor de cana na região.

Eles atuavam, até o início deste ano, na produção de frutas, hortaliças e milho. Mas essas culturas não estavam proporcionando a renda necessária para a sobrevivência.

Os sete pequenos produtores da região de Lins possuem áreas que variam entre 5 e 20 alqueires. Ao retirarem as cercas que separam as suas propriedades, ficaram com uma área conjunta de 80 alqueires. Eles destinaram 75% da área, as terras mais planas, para a cana. O restante está sendo ocupado com pomares de árvores frutíferas e com o cultivo de hortaliças em estufas.

O plantio da cana terminou em novembro. A colheita deverá ocorrer a partir de setembro. A expectativa de Hamamura é de que esses produtores deverão conseguir produzir até 260 toneladas de cana por alqueire. Se se tomar como base o preço pago na região pela cana em novembro, de R$ 42,00 por tonelada, os produtores que se associaram poderão desfrutar de um faturamento bruto de R$ 840.000,00. “Deve ser descontado daí o custo de produção, que é alto”, acrescenta o agrônomo. Somente o custo de implantação do canavial, que deverá ser pago em cinco anos, é de R$ 800.000,00.

A atuação conjunta oferece muitos benefícios, em comparação à atuação de forma isolada. Os produtores conseguiram, por exemplo, obter os insumos necessários para o cultivo da cana com uma redução de custo de até 10% em relação ao que pagariam se atuassem isoladamente, calcula o agrônomo. Além disso, deverão desfrutar de uma economia de 15% no custo de comercialização.

Outra vantagem é a possibilidade de maior aproveitamento do terreno. Com mais terra sem cercas, o maquinário aproveita até 95% da área de plantio. (E.M.)

Banner Revistas Mobile