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Produtores de cana protestam junto a Lula

Fornecedores do setor querem posição do presidente, amanhã PARA Prazeres, governo precisa arcar com prejuízos JAMILLE COELHO A queda no preço da cana-de-açúcar está prejudicando os produtores do setor, que têm perdido cerca de R$ 14 por tonelada do insumo. Os fornecedores afirmam que, hoje, a tonelada de cana está sendo comercializada por R$ 36, quando deveria estar sendo vendida por R$ 50. Para tentar mudar o cenário, os produtores de cana do Nordeste realizarão uma manifestação, amanhã, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda no Estado. O objetivo do ato é exigir a implantação de medidas emergenciais que ajudem a financiar a produção da safra deste ano, que, de acordo com os produtores, será a menor dos últimos anos.

O intuito dos fornecedores será entregar ao presidente a pauta de reivindicações elaborada pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) e pelos representantes sindicais do setor, solicitando, dentre outros tópicos, um sistema justo na apuração do preço mínimo da matéria-prima e a garantia no recebimento do total da produção da cana dos fornecedores pelas unidades industriais. De acordo com o presidente do Sindicato dos Fornecedores de Cana de Açúcar de Pernambuco, Gerson Carneiro Leão, o principal ponto a ser cobrado será a implementação do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro). “Com o Pepro, quando o preço do insumo estiver abaixo do que é determinado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os produtores são ressarcidos pelo Governo Federal com a diferença pelo teto estabelecido”, explicou.

Segundo Leão, o problema dos produtores se agrava devido aos custos que estão tendo com a safra. “Com o que se arrecada por safra, temos que pagar os trabalhadores, comprar fertilizantes – que tiveram aumento de 1000%, entre outros custos que adquirimos com o tratamento cultural da cana”, disse. Para o produtor Marcelo dos Prazeres, os custos por produção estão cada vez mais altos. “Gasto mais de R$ 30 na produção de uma tonelada. O governo tem que ajudar arcando com esse prejuízo que estamos tendo. É uma cultura que gera muito emprego em nossa região. No geral, temos (em Pernambuco) em média 300 mil trabalhadores prestando serviços a pequenos e médios produtores por safra”, reivindicou.

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Cana-de-Açúcar de Pernambuco, Alexandre Andrade, o Ministério da Agricultura dispõe de R$ 150 milhões para o Pepro, mas a verba precisa ser liberada pelo Conselho Monetário Nacional. “Enquanto esse dinheiro não é liberado, a gente precisa de uma medida emergencial para conseguirmos chegar ao fim da moagem”, afirmou.

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