Mercado

Produtores de cachaça querem aumentar exportações para US$ 30 milhões

Um grupo de 10 importadores da Alemanha, Itália, Portugal, Bélgica, Áustria, Turquia, Estados Unidos e Canadá estarão participando de rodadas de negócios a serem realizadas a partir de hoje, na Brasil Cachaça 2003, um dos maiores eventos de negócios e oportunidades do setor, em São Paulo.

A feira, segundo organizadores, vai reunir 200 expositores brasileiros de 17 estados, representando cerca de 40 mil produtores. Mais de 400 marcas serão apresentadas aos participantes que poderão degustar algumas cachaças.

Para Dirlene Maria Pinto, uma das coordenadores do evento, é uma oportunidade de mostrar aos importadores um produto genuinamente brasileiro, que pode ser degustado individualmente assim como uísque, vodka e outras bebidas destiladas tradicionalmente consumidas em todo o mundo.

A cachaça brasileira, segundo ela, tem boa aceitação no mercado externo, mas as exportações ainda são pequenas. “É preciso maior divulgação do produto”, disse Dirlene, que preside a Cooperativa de Produção e Promoção da Cachaça de Minas Gerais (Coocachaça). Em 2002, foram exportadas 14,8 milhões de litros, gerando uma receita de US$ 14,5 milhões. Desse total, 60% foram obtidos com as vendas para o mercado europeu, destacando Alemanha, Itália, Portugal e Inglaterra.

Um volume resultante de pedidos e não de ofertas, disse Dirlene. “Há um grande mercado a ser conquistado, mas demanda ações pró-ativas e isso estamos fazendo para aumentar nossas vendas externas”, afirmou. Entre as ações, está a participação em feiras internacionais na Europa, Estados Unidos e Ásia. Com a Brasil Cachaça, a meta é elevar as exportações para 20 milhões de litros neste ano, ampliando a receita para US$ 30 milhões.

A proposta, explica Dirlene, é estimular as vendas de cachaça artesanal, conhecida como de alambique, de maior valor agregado. Enquanto a cachaça industrial (produzida em colunas de aço inoxidável) tem preço médio no exterior de US$ 0,80, a cachaça de alambique (de cobre e envelhecida em tonéis de carvalho ou madeira nacional) é comercializada, em média, a US$ 3,50 o litro. “É um produto diferenciado e com sabor mais apurado”, ressalta a presidente da Coocachaça.

No ano passado, a produção nacional foi de 1,3 bilhão de litros, comercializados sob 5 mil marcas de cachaças. Estão incluídos nesse volume 300 mil litros produzidos de forma artesanal. A feira, que representa um investimento de R$ 2 milhões, é uma promoção da Fenaca (Federação das Associações de Produtores da Cachaça de Alambique).

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