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Produtores de álcool vão a Brasilia

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, reúne-se nesta segunda-feira, em seu gabinete em Brasília (DF), com as principais lideranças do setor sucroalcooleiro para reavaliar a safra de cana-de-açúcar e, principalmente, a produção de álcool combustível no País. A reunião foi solicitada pela União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), principal entidade do setor que representa cerca de 300 usinas e destilarias brasileiras.

Rodrigues garante que “está absolutamente tranqüilo” em relação ao fornecimento do álcool na entressafra do processamento de cana, entre dezembro deste ano e abril de 2005. “As notícias que tenho recebido do setor sucroalcooleiro garantem que não haverá desabastecimento de álcool. E olha que eu tenho cutucado sempre”, disse Rodrigues. No entanto, ele admite que será necessária, durante a reunião, fazer uma reavaliação da oferta do açúcar e do álcool, principais produtos da cana.

Apesar de sua aparente tranqüilidade, o ministro já se reuniu com o setor há um mês e voltou a cobrar a garantia de abastecimento do combustível. Um monitoramento elaborado pela Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool, órgão consultivo ao Ministério da Agricultura, aponta que há um déficit de produção

de álcool de 1 bilhão de litros neste ano em relação ao mesmo período de 2003 e um consumo também 1 bilhão de litros de superior. Já as exportações de álcool também surpreenderam e chegarão a 2 bilhões de litros neste ano, ante 900 milhões de litros no ano passado.

A pressão da demanda e a queda no consumo fizeram com que o preço do álcool subisse até 30% para o consumidor final no último mês. A própria Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool iniciou, na última semana, a revisão do estudo, feito no início deste ano, que traçava a demanda de álcool, gasolina e gás natural veicular (GNV) até 2010 no País. O estudo previa, por exemplo, que seriam vendidos 250 mil veículos flex fuel, movidos a álcool e/ou gasolina, e até setembro já foram comercializados 253 mil unidades, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Além de reavaliar a produção do álcool, Rodrigues aceita até mesmo rediscutir o acordo feito com usineiros no início de 2003, quando o setor garantiu, ao próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o preço de R$ 1,00 por litro do anidro misturado em 25% à gasolina nas destilarias. “Isso foi há um ano e será preciso rediscutir essa questão, pois sequer havia a crise do petróleo. Mas o assunto mais importante será uma revisão do que será a produção do açúcar e do álcool este ano, já que estamos chegando ao final da safra”, completou o ministro, que esteve hoje em Ribeirão Preto (SP) em seminário sobre cooperativismo.

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