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Produtores agora têm válvula para garantir estoque

Ao decidir pela redução da mistura, Governo e empresários do setor colocaram em funcionamento um eficiente instrumento de equilíbrio de mercado. Como o teor de mistura pode ficar entre 20% e 26% sem afetar o motor, o Governo poderá usar a diferença como instrumento regulador.

A partir de agora, Governo e empresários podem utilizar a margem de até seis pontos percentuais para mais ou para menos sempre que o estoque ou o mercado exigir.

Funcionará como uma válvula reguladora. Se houver muito álcool disponível em alguma época, o Governo pode autorizar o aumento da mistura e desta forma, beneficiar o mercado. Caso ocorra o inverso, isto é, se houver produção menor ou demanda além da prevista, a porcentagem de mistura será diminuída e o fornecimento continuará garantido.

No primeiro dia deste ano de 2003 o estoque de álcool no País era de 3,3 bilhões de litro de álcool. O consumo interno mensal gira em torno de 1 bilhão de litros (12 bilhões por ano). Como a produção foi de 11,5 bilhões de litros, a defasagem foi de 500 milhões de litros, quase a mesma quantia de litros necessários para fechar o ano.

Durante a reunião com o ministro Roberto Rodrigues em Brasília, os produtores de álcool assumiram o compromisso de aumentar a produção em 1,5 bilhão de litros na safra 2003/04. Na safra passada, a produção foi de 11,5 bilhões de litros.

Segundo dados de comercialização das tradings, o mix de produção da safra anterior foi de 52% de açúcar e apenas 48% de álcool, quando o ideal era que o mix fosse mantido em torno de 50%. Segundo dados da Unica, considerados igualmente confiáveis, o mix foi equilibrado (49,71% de açúcar e 50,29% de álcool).

Clima é fator principal

Para se aumentar a produção é necessário ampliar a oferta de matéria-prima.

Para aumentar essa oferta, só há duas opções: maior área de plantio ou melhor produtividade nas áreas já existentes. O problema é que a maioria das terras próximas das unidades produtoras já está ocupada ou tomada por outras culturas — que hoje estão com preços competitivos. O mercado de citrus, por exemplo, reagiu nos últimos dois anos e está remunerador, a exemplo da soja. Estas duas culturas de larga escala competem com a cana em grandes áreas de cultivo.

O setor sucroalcooleiro tem condições para aumentar a produção. Sobretudo se o clima colaborar na safra. Caso as chuvas cheguem e passem no momento certo, será possível aumentar a produção em até 20%. A julgar pelas previsões iniciais para o ano (veja matéria na página 31), o centro/Sul, maior região produtora do país, será beneficiado. Neste caso, a produção aumentará significativamente. Resta esperar e torcer.

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