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Produtora de celulose já vende energia excedente

A Eldorado Brasil Celulose já começou a comercializar no mercado livre a energia excedente a partir da biomassa da fábrica instalada em Três Lagoas (MS).

Segundo José Carlos Grubisich, presidente da companhia, a empresa tem uma caldeira na qual processa todo material que não é aproveitada na celulose, como a lignina, para a produção de energia alternativa.

A capacidade total instalada de energia a partir da biomassa é de 220 MW (Megawatt). Desse total, 90 MW é para consumo próprio. Uma outra parte – 50 MW a 60 MW -a companhia fornece para suas empresas parceiras fornecedoras químicas do complexo de Três Lagoas, como a Erca Química (que pertence ao grupo belga Solvay), Akzo Nobel e White Martins.

“O excedente será comercializado no mercado livre”, afirmou o executivo, sem detalhar o total já comercializado.

O custo da energia em indústrias de capital intensivo é muito alto, como o caso das de papel e celulose. O consumo de energia a partir de biomassa ajuda a diluir parte desses custos.

Segundo Grubisich, o Brasil é um dos países mais competitivos para a produção de celulose no mercado internacional e um dos maiores produtores globais. “O País é a plataforma mais competitiva”, disse, lembrando que o Uruguai e o Chile estão próximos do limite de sua capacidade.

O mercado internacional de celulose cresce a taxas anuais de 2% a 3% ao ano, em termos de demanda adicional. “O aumento é puxado para o uso de produção de papel higiênico e lenços de papel, por exemplo”, disse o executivo, que no início de 2012 assumiu o desafio de transformar a Eldorado em líder global na produção de celulose branqueada.

Egresso dos grupos Rhodia, onde ficou 24 anos, e Odebrecht, onde ficou por 11 anos, o executivo, formado em engenharia, foi o primeiro presidente da petroquímica Braskem. Em 2008, assumiu a presidência da ETH, braço de açúcar e álcool do conglomerado baiano. Nessas duas empresas, exerceu papel importante para a expansão de seus negócios.

Na Braskem, a companhia tinha recém-concluído processo de incorporação de várias empresas petroquímicas do conglomerado e Grubisich recebeu a incumbência de expandir esses negócios. Sob sua gestão, a ETH incorporou os ativos da Brenco, dando início ao processo de expansão em etanol.

Ao sair do conglomerado, do qual era um dos acionistas minoritários, a Odebrecht Investimentos (Odbinv) exerceu o direito de compra da participação do executivo, como o previsto no acordo de acionistas da companhia. Ao ingressar na Eldorado, o executivo também se tornou acionista minoritário, mas não revela a participação.

O desafio de comandar uma empresa de celulose e promover a expansão da companhia não o assusta. “Muda o produto, mas o modelo de gestão é muito parecido”, disse. “Obviamente, é diferente você estar em um grupo que já está em velocidade de cruzeiro, e entrar em uma companhia que está começando”, disse.

Ao assumir a Eldorado, Grubisich destacou a importância da equipe que faz parte desse projeto. A empresa trouxe executivos do mercado de celulose para compor seus quadros. “A maior diferença, que eu posso notar na Eldorado, em relação às outras empresas, é que em celulose o Brasil é o mais competitivo do mundo”, disse, acrescentando que no caso das indústrias químicas a competitividade do País é baixa, comparada aos EUA, por exemplo.

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