No acumulado deste ano, a produtividade agrícola na região Centro-Sul atingiu média de 85 toneladas de cana por hectare. Um aumento de 4,05% em relação as 81,7 toneladas no ciclo anterior, segundo o relatório Cana Zoom. O clima mais seco favoreceu a concentração de açúcares na planta. No acumulado da safra atual, o índice de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar alcançou 139,3 kg, crescimento de 4,5% em comparativo com os 133,3 kg observados no ciclo anterior.
Volume de chuvas 40% inferior à média histórica
Já o aproveitamento de tempo atingiu 87% em agosto, com queda em relação a julho, devido às chuvas que atingiram os Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e a região de Assis, em São Paulo. O clima seco foi interrompido nessas regiões, em que o índice de chuvas foi, em média, 1,6 vezes maior que a normal climatológica. Mesmo assim, a precipitação pluviométrica no acumulado deste ano continua abaixo do patamar, com volume de chuvas 40% inferior à média histórica no Centro-Sul.
Produtividade agrícola na próxima safra dependerá das chuvas do final do ano
Próximas do fechamento da safra 20/21 usinas da região de Ribeirão Preto (SP) estão em alerta devido ao clima seco. Fontes ouvidas pelo JornalCana acreditam que embora o ATR da próxima safra seja satisfatório, a produtividade agrícola pode ser baixa. “Devido à seca atual, provavelmente haverá prejuízo na cana da 21/22. Mas são as chuvas do final e começo de ano que darão o rumo da próxima safra”, comentou um diretor de usina da região.
Com produtividade média em 85 TCH e dependendo de fatores climáticos, como chegar aos 3 dígitos na 21/22?
Tendo em vista entraves como os fatores climáticos e a atual média acumulada, as usinas precisam encontrar soluções para obter a tão desejada cana de 3 dígitos. E nesse quesito está comprovado que manejo biológico e sustentável faz parte da estratégia que pavimenta o caminho para a alta produtividade agrícola. Isso, porque esse tipo de manejo representa uma efervescência de produtos, tecnologias e conhecimentos que passou a compor o planejamento agrícola das usinas e produtores de cana.
Um dos fatores de incremento na adoção de biológicos é sua crescente eficiência no controle de pragas e doenças, com casos de agentes biológicos que já apresentam a mesma eficácia dos produtos convencionais. Outro fator é que há uma demanda por soluções que resultem em menor impacto em termos de resíduos, principal característica dos agentes biológicos.
Manejo restaura a microbiologia e aumenta a fertilidade do solo
Na cana, o controle biológico é eficaz contra pragas como a broca da cana, a cigarrinha, o sphenophorus e nematoides, podendo associar o uso de bioprodutos com químicos. Já o manejo biológico inclui bioestimulantes, biofertilizantes, compostos microbiológicos, como fixadores de nitrogênio, bactérias e extratos de algas, cuja função é restaurar a microbiologia e aumentar a fertilidade do solo.
Ao invés de concorrentes, os insumos biológicos são aliados dos insumos químicos, compondo com destaque o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e as cestas de fertilidade do solo e nutrição das plantas. E otimiza o uso dos equipamentos e recursos normalmente empregados no manejo, ou até mais econômicos, como drones, incentivando o desenvolvimento da agricultura digital e o emprego de mais inteligência nas operações.
Mas, como fazer um benchmarking de qualidade e conhecer as melhores estratégias?
Essa resposta está mais próxima do que se pode imaginar. Após o sucesso da 1ª Maratona CANABIO, com mais de 4.000 participantes, a 2ª Maratona já tem data marcada. Visando ampliar ainda mais o benchmarking e a profusão de estratégias e técnicas da área, a 2ª Maratona CANABIO de Manejo Biológico e Sustentável em Cana-de-Açúcar acontece de 05 a 09 de outubro.
Serão 5 webinares diários, de segunda à sexta-feira da semana que se inicia, sempre às 19h, com conteúdo técnico, exclusivo e gratuito. O evento online conta com apresentações de mais de 20 palestras de especialistas, produtores de cana e executivos de usinas.
Veja o programa completo:
05/10 – Principais Estratégias de Manejo Biológico & Sustentável em Cana-de-açúcar
- Gaspar Korndorfer, Professor da UFU
- Gerson Marquesi, gerente de Cana-de-açúcar da Agrivalle
- Matheus Malavazzi, gerente agrícola do Grupo Colombo
- Thiago Quintino, gerente de Desenvolvimento Agronômico da BP Bunge Bioenergia
06/10 – Cana 4.0 – A Transformação Digital Puxando a Produtividade da Cana-de-açúcar
- Carlos Daniel Berro Filho, diretor Agrícola da Biosev
- Gustavo Abrão, RTV Especialista Climate FieldView
- Rogério do Nascimento, gerente de Tecnologia Agrícola da Atvos
- Saulo Delgado, gerente Corporativo de Planejamento Agrícola e Geotecnologia da BP Bunge Bioenergia
07/10 – Controle Biológico & Manejo Integrado de Pragas
- Akira Otsuki, consultor técnico na Planeta Verde
- Gustavo Herrmann, diretor da Koppert
- José Francisco Garcia, diretor da Global Cana
- Thiago de Paula, especialista em Fitotecnia e Qualidade Corporativo da BP Bunge Bioenergia
08/10 – Fertilidade & Microbiologia do Solo
- Alan Pavani, gerente de Marketing da Microgeo
- Gustavo Britos, OTISA – Paraguai
- Luiz Carlos Jatobá, gerente agrícola da Usina Petribú
- Ugo da Silva, gestor de processos agrícolas da Usina Santo Ângelo
09/10 – Inovações em Nutrição & Maturação Vegetal + Foliar
- José Cristóvão, gerente agrícola da Ferrari Agroindustrial
- Leonardo Novaes, gerente Agrícola da Raízen – Araraquara
- Roberto Malimpence, consultor da Baraúna
- Rodrigo Corrêa, diretor agrícola da Usina Lins
Como se inscrever?
Para participar gratuitamente através de um ambiente virtual criado exclusivamente para o evento, acesse: www.canabio.com.br
Esta matéria faz parte da edição de outubro do JornalCana.
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