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Produtividade agrícola cai 15,6% em setembro

A produtividade agrícola da cana colhida na região Centro-Sul em setembro teve uma redução de 15,6%, comparativamente ao mesmo período de 2009, segundo dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).

No acumulado desde o início desta safra, a quebra supera 3,9% em relação ao acumulado da safra anterior. Até o início de outubro, oito unidades produtoras já haviam encerrado a safra 2010/2011 na região Centro-Sul, confirmando as projeções da Unica quanto ao encurtamento da atual safra devido à antecipação da moagem, consequência do longo período de estiagem. Das 10 novas unidades produtoras previstas para iniciar suas atividades na atual safra, apenas uma optou por postergar o início para a safra 2011/2012.

Qualidade da matéria-prima

A concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana processada atingiu 170,16 kg de ATR na segunda quinzena de setembro, alta de 5,73% em relação aos primeiros 15 dias do mês. No acumulado desde o início da safra, a quantidade de ATR somou 142,10 kg por tonelada de cana-de-açúcar, crescimento de 7,36% no comparativo com igual período da safra anterior.

Cabe destacar que o indicador de ATR divulgado pela UNICA é calculado a partir do volume de cana-de-açúcar moída e da produção de açúcar e de etanol em determinado período, considerando algumas premissas em relação às perdas industriais, eficiências de fermentação e de destilação.

De acordo com os dados apurados pelo Sistema ATR, vinculado ao Consecana (SP), o ATR cana na segunda quinzena de setembro apresentou um crescimento de apenas 1% em relação a primeira quinzena do mês. Esse indicador aponta ainda que na primeira quinzena de outubro houve uma redução de cerca de 9% no ATR, que passou de 160,88 kg por tonelada de matéria-prima no final de setembro para 146,57 kg no início de outubro.

Segundo o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, os dois indicadores de ATR mensuram a mesma coisa e geralmente apresentam valores semelhantes no final da safra; entretanto, o ATR produto sofre distorções durante períodos com elevada precipitação pluviométrica e essas distorções precisam ser entendidas para a realização de qualquer análise”. Basicamente, a queda no ATR cana deverá ser observada de forma mais intensa no ATR produto na primeira quinzena de outubro, os indicadores apresentam apenas diferenças no tempo de resposta, mas os valores finais deverão ser equivalentes, concluiu o executivo.

Ele explica ainda que o setor vive mais um ano atípico em termos de condições climáticas. De abril até o início de setembro, o volume de chuvas ficou muito aquém da média histórica, reduzindo a disponibilidade de cana. Já em setembro, principalmente no final do mês, as chuvas retornaram com uma intensidade maior do que a prevista, prejudicando a moagem e, mais importante, reduzindo a qualidade da cana que será colhida em outubro”. Esses fatores devem impactar a produção de açúcar e etanol no final da safra, acrescentou o executivo.

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