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Produção menor deve afetar lucro da Petrobras, estimam analistas

A queda da produção de petróleo no início do ano é o principal motivo para a redução prevista do lucro líquido da Petrobras no primeiro trimestre, em relação a igual período do ano passado, na avaliação de analistas. O resultado será divulgado hoje, após o fechamento do mercado. A média calculada pelo Valor a partir das projeções de quatro bancos de investimentos indica um lucro líquido de R$ 6,302 bilhões no período, 31,6% menor que o registrado pela petroleira no primeiro trimestre do ano anterior (R$ 9,214 bilhões).

Entre as projeções, a mais pessimista é a do Bank of America Merrill Lynch (BofA), que estima um lucro de R$ 3,864 bilhões (queda de 58%). Já o Bradesco é o mais otimista, com previsão de lucro de R$ 7,922 bilhões (redução de 13%). Todos os quatro bancos preveem elevação da receita líquida, na mesma comparação, entre 5,2% (J.P. Morgan) e 12% (BofA).

O banco americano projeta uma queda de 6% da produção de petróleo da estatal, na comparação com igual período do ano passado. O desempenho da Petrobras, segundo o BofA, se deve a um tempo de parada maior para a manutenção de plataformas de produção, no âmbito do programa de recuperação da eficiência operacional na Bacia de Campos.

A média de produção de petróleo da Petrobras nos dois primeiros meses de 2013 foi de 2,092 milhões de barris/dia, 7% inferior à média obtida em igual período do ano passado (2,250 milhões de barris/dia). Considerando petróleo e gás natural, a produção também recuou, de 2,716 milhões de barris de óleo equivalente (boe)/dia para 2,585 milhões de boe/dia.

No início de abril, o diretor de exploração e produção da Petrobras, José Formigli, afirmou que espera que a produção da companhia retome a trajetória de crescimento a partir dos próximos meses com o início de operação de novas plataformas, mas ele não fez referência aos dados de março, que serão conhecidos hoje junto com o balanço.

“A queda [de produção] deve levar ao aumento do custo unitário das operações de upstream [exploração e produção] e a uma elevação do custo de importação de óleo cru para suprir a necessidade das refinarias da Petrobras”, destacam os analistas Frank McGann e Conrado Vegner, em relatório do BofA. Para eles, esse fator deve compensar o efeito provocado pelos reajustes de preços do diesel e da gasolina este ano.

Em 30 de janeiro, a Petrobras reajustou os preços do óleo diesel e da gasolina, em 5,4% e 6,6%, respectivamente. Em 5 de março, foi dado novo reajuste, de 5%, apenas para os preços do diesel.

Embora considere que o aumento do preço dos combustíveis seja o principal motivo para a recuperação prevista de margem da Petrobras, o Bradesco afirma que o efeito desses reajustes foi parcialmente reconhecido no primeiro trimestre. Para o banco, o aumento efetivo dos preços da gasolina e do diesel no período foram de 4,2% e 5,3%, respectivamente.

A opinião está em linha com a do Espirito Santo Investment Bank (BES). “O início da recuperação da margem será vista por completo apenas no segundo trimestre”, avaliam os analistas Oswaldo Telles e Filipe Rosa.

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