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Produção industrial poderá crescer até 5,3% em 2.004

O clima é de otimismo em relação ao desempenho da indústria em 2004. As projeções apontam aumento de 4% a 5,3% na produção industrial do próximo ano, puxado principalmente pelos bens de consumo duráveis e pelos bens de capital. Entre janeiro e outubro, a produção industrial teve crescimento zero na comparação com igual período de 2002. Em outubro, a produção caiu 0,5% em relação a setembro, na comparação livre de influências sazonais.

“A expectativa é de que a indústria lidere o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). É um cenário bastante positivo”, afirma o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Armando Castelar Pinheiro. A projeção do Ipea é de crescimento da indústria de 4,2%.

O crédito, a economia internacional, a melhoria de expectativas e o desempenho da agropecuária são fatores que devem influenciar o resultado da indústria no próximo ano, aponta Pinheiro.

O economista do Ipea prevê um cenário com desempenho diferente para três diferentes segmentos em 2004. O primeiro grupo – com estimativa de desempenho mais forte – é dos bens de consumo duráveis e bens de capital – muito sensíveis ao crédito e à melhora de expectativas do consumidor e do empresário.

No segundo grupo – bens intermediários – a expectativa é de alguma aceleração na produção, mas não muita já que são setores próximos da capacidade instalada, com exceção dos minerais não-metálicos, ligados à construção civil.

“O terceiro grupo é formado pelos bens de consumo não-duráveis. Como são segmentos que dependem da renda e não são tão ligados ao crédito, a tendência é que se recuperem com alguma defasagem, sem taxas muito grandes”, ressalta Armando Castelar Pinheiro. O coordenador da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flavio Castelo Branco, acredita na retomada da demanda doméstica e do investimento para explicar o crescimento da indústria no próximo ano, estimado pela CNI em 4,5%.

“A reativação do crédito e as expectativas positivas de empresários e consumidores favorecerão a atividade industrial. Também prevemos a retroalimentação da indústria pela expansão do mercado de trabalho e do crédito para consumo e investimento”, explica ele, que aposta na retomada dos investimentos na indústria para o segundo semestre.

O professor do Instituto de Economia da Unicamp Mariano Laplane estima uma expansão da indústria de 4% em 2004, mais concentrada no segundo semestre. Ele projeta aumento de 4,5% a 5% nos bens de consumo não-duráveis – influenciado pela recuperação da massa salarial, com início em março – e de 2,5% nos bens de consumo duráveis.

Para os bens intermediários, o aumento da produção depende de investimentos, segundo Laplane. “É um problema crônico. Se houver aumento da demanda interna, esses setores podem ter de reduzir exportações”, diz ele.

O otimismo do empresariado em relação a 2004 foi confirmado na Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do mês de outubro, em que 80% das empresas disse esperar aumento do faturamento, já descontada a inflação.

“Cerca de 45% das empresas pretendem aumentar investimentos em 2004, contra 33% que deram a mesma resposta no fim de 2002 – diz o coordenador do Núcleo de Bancos de Dados Especiais do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre)”, Aloisio Campelo Jr.

O economista não acredita que um possível esgotamento da capacidade instalada de alguns setores seja um grande problema em 2004 em relação a preços. Segundo ele, como a retomada da demanda vem ocorrendo de forma gradual, as pressões de um ou outro choque de oferta vindo de fora podem ser controladas.

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