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Produção e demanda global de açúcar subirão na próxima década, diz FAO

A produção global de açúcar, apesar de uma queda esperada na próxima temporada, em alguns países produtores, deve subir ao longo dos próximos dez anos, sustentada pelo crescimento da demanda e uma redução nos estoques., de acordo com o último relatório divulgado pela FAO — Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.

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De acordo com o Agricultural Outlook, a Organização para Agricultura e Alimentação e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, os preços mundiais do açúcar, com o retorno a uma fase de déficit, deverão aumentar ligeiramente por alguns anos, como consequência da alta nível de stocks e preços baixos do petróleo. Depois desse período, prevê-se uma tendência de alta moderada.

A maior parte da produção adicional virá de países produtores de cana-de-açúcar, em vez de beterraba, e o principal motor de crescimento do produto é a expansão das áreas de plantio, especialmente no Brasil, embora o aumento de rendimentos esteja previsto, tanto nas plantações, quanto no processamento de açúcar em outros países produtores como Índia e Tailândia.

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O relatório ainda estima que o crescimento previsto na demanda mundial de açúcar para a próxima década é mais estável, com um aumento de 2% anual, resultando em diminuição da relação estoque-demanda de 45% no período-base, para 39% em 2025.

No entanto, esse crescimento da demanda é misturado com quase nenhum crescimento nos países desenvolvidos e com perspectivas mais fortes nos países em desenvolvimento, em particular os da África e Ásia.

Em face da crescente demanda global, as exportações de açúcar tendem a se expandir em países que têm modernizado suas plantas produtoras de açúcar nos últimos anos (por exemplo, Austrália, União Europeia, e Tailândia). Brasil continua como o maior produtor mundial.

Brasil

Segundo o relatório, a manutenção das medidas políticas nacionais, bem como as perspectivas de produção de cana do Brasil continuarão a influenciar em grande parte o mercado do açúcar no médio prazo.

Preços mundiais do açúcar, quando expressos em dólares americanos, não devem aumentar tanto, já a produção deve ser capaz de satisfazer a crescente demanda mundial.

O setor de açúcar do Brasil tem enfrentado problemas financeiros há vários anos, mas irá se beneficiar da fraqueza do real. As políticas do governo continuarão a apoiar a produção de etanol a partir da cana, mas a quota de cana dedicado à produção de etanol deve ligeiramente diminuir para 57%.

Globalmente, uma parcela maior da produção de cana será destinada à produção de etanol, passando de cerca de 20,7% durante o período base para 22,3% em 2025.

Por Alessandro Reis e Fabiana Marques

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