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Produção de veículos vai ultrapassar 2,4 milhões

Fabricantes de autopeças estão com carteiras de pedidos tomadas até dezembro. Apesar de ter menos dias úteis de trabalho nos próximos meses, mesmo assim a produção de veículos neste ano deverá totalizar 2,4 milhões, o que representará um crescimento de 8,59% sobre as 2,210 milhões de unidades fabricadas em 2004. Até agosto já foram fabricados 1,629 milhão de unidades. Em 12 meses a produção já atingiu 2,406 milhões de unidades. A previsão é das fabricantes de autopeças SKF, TRW e Saint-Gobain Sekurit, com base nos pedidos fechados pelas montadoras até dezembro.

“As montadoras estão produzindo 10 mil veículos por dia e, se esse ritmo for mantido até o final do ano, mesmo com 15 dias de trabalho em dezembro a produção pode ficar acima de 2,4 milhões de veículos”, disse o diretor de vendas e desenvolvimento de negócios da TRW Automotive South America, Wilson Rocha.

A Saint-Gobain Sekurit, que faz vidros para automóveis, está com a sua fábrica de Mauá, no ABC paulista, trabalhando a plena capacidade. “Continuamos com ritmo forte de produção e a estimava é que as montadoras feche o ano com 2,4 milhões de unidades”, disse o diretor geral da empresa, Renato Holzheim.

Para Eduardo Buchaim, diretor de vendas automotivas da SKF, fabricante de rolamentos, a disputa mais acirrada entre as montadoras nos próximos meses ajudará a manter o ritmo crescente da produção. “As vendas internas continuam bem e as exportações ainda cumprem contratos, mas o fato de ter menos dias úteis nos próximos meses me preocupa, pois pode frear o crescimento da produção”, disse Buchaim.

Até agosto foram vendidos no mercado interno 1,09 milhão de veículos, volume 10,4% superior aos 987,4 mil registrados no mesmo período do ano passado, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em agosto as vendas foram de 151,6 mil unidades, marca 9,3% superior à observada no mês de julho e 16,2% maior se comparadas a agosto de 2004.

As vendas de automóveis movidos tanto a álcool quanto a gasolina, também conhecidos como flexfuel, representaram 61,7% do total registrado no mês de agosto. Os carros movidos apenas a gasolina responderam por 32,1%, ficando os motores a álcool e diesel com 1,8% e 4,4% respectivamente.

O desempenho das vendas dos veículos flexfuel vem crescendo desde o início do ano, principalmente a partir do mês de maio, quando ultrapassaram o desempenho dos negócios com carros a gasolina. De lá para cá, as vendas de flexfuel não pararam de subir, e atualmente respondem por 45,1% das vendas do ano.

De acordo com o presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, as vendas de flexfuel atestam a vantagem que o Brasil leva sobre outros mercados em virtude da diversidade de sua matriz energética. Segundo Golfarb, isso vem ajudando a indústria a minimizar os impactos das sucessivas altas nos preços do barril de petróleo. “As oscilações no preço do barril têm afetado mais o setor de plásticos da indústria”, afirmou.

Com relação às vendas internas por cilindrada, os veículos equipados com motor 1.0 fecharam o mês de agosto com 57,7% de participação. No acumulado do ano, as vendas deste tipo de automóvel representam 55,6% do total, contra 57,3% observado no mesmo período do ano passado.

Exportação recorde

Já as exportações da indústria automobilística bateram recorde histórico em agosto, atingindo a marca de US$ 1,09 bilhão (incluindo o embarque de máquinas agrícolas). O acumulado do ano também é o mais alto da história, com US$ 7,32 bilhões – US$ 5,990 bilhões só com embarque de veículos.

Diante dos resultados, a Anfavea revisou as projeções para as vendas externas em 2005. Segundo Golfarb, as exportações devem fechar o ano em cerca de US$ 10,8 bilhões, o que representará um crescimento de 29% em relação a 2004. A estimativa anterior feita pela entidade previa elevação de apenas 7% nas vendas externas.

Os principais destinos dos veículos produzidos no Brasil, segundo a Anfavea, são a Argentina, com 19,7% das exportações ocorridas entre janeiro e julho deste ano. Os Estados Unidos absorvem 19,1%, a Europa 15,5% e o México 13,5%.

O presidente Anfavea disse que o bom desempenho das exportações não é sustentável diante dos atuais patamares do câmbio e da taxa de juros. Segundo Golfarb a indústria está sofrendo com a apreciação do real frente ao dólar. Como pontos positivos destacou o fato de a crise política não ter afetado a economia do País. “Os resultados da indústria estão acompanhando o que acontece na economia, que apresenta taxa de inflação sob controle e baixo risco Brasil. Isso ajuda as exportações”, disse.

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