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Produção de etanol deve alcançar 29,4 milhões de m³ na safra 2021/22

Estimativa é da consultoria StoneX

Em 2020, a expectativa de retomada do crescimento econômico no Brasil deve estimular o consumo de combustíveis Otto. O Banco Central projeta que o PIB do país cresça 3,5%, indicando aceleração após a queda acumulada de cerca de 4,5% estimada para 2020.

Diante deste cenário, a StoneX do Brasil projeta que o consumo de energia em automóveis a motores ciclo Otto avance 5,3% no ano corrente, para 430 TWh.

Com isso, espera-se que a demanda por etanol e gasolina seja cerca de 37,7 milhões de m³, aumento frente ao último ano de 5,4%, mas diminuição ante à média de 05 anos de 5,3%.

Apesar das perspectivas positivas, alguns fatores ainda podem se colocar como limitantes ao aumento deste consumo. Entre eles, a consultoria cita a alta taxa de desemprego e a permanência do home office, que já está se tornando definitivo em algumas empresas. Estes fatores tendem a pesar sobre a venda de combustíveis Otto, tendo em vista a consequente diminuição na mobilidade urbana.

Quanto ao etanol, a StoneX analisa que em 2020, as vendas do hidratado para o mercado doméstico recuaram para 19,3 milhões de m³ – após terem alcançado a máxima de pouco mais de 22,5 milhões de m³ no ano anterior. “Sob a ótica do consumo de ciclo Otto, observamos que a participação média do álcool em 2020 foi de 27,3%, representando queda anual de 1,9 p.p., mas ainda assim se posicionando 4,2 p.p. acima da média de 5 anos. Quando consideramos somente o Centro-Sul, nota-se que o share do etanol hidratado alcançou 33,1% no período (-1,8 p.p. e +4,5 p.p., em ordem)”, afirma a consultoria.

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Os preços em patamares elevados é a causa para a perda de espaço do etanol para a gasolina. Na média nacional de 2020, a paridade de preço entre o renovável e seu equivalente fóssil alcançou 70,5%, apresentando alta anual de 1,6 p.p. Segundo a Stone, o indicador permaneceu acima da equivalência energética de 70% em boa parte do ano – favorecendo, portanto, o consumo de gasolina.

Diante do menor protagonismo do etanol ao longo da safra 2020/21, as cotações do produto seguiram trajetória de alta. O preço PVU (posto-veículo-usina) do hidratado com base em Ribeirão Preto (SP), por exemplo, alcançou patamar médio de R$ 2,20/L em 2020, valorização anual e frente à média de 3 anos de 2,5% e 8,7%, respectivamente.

Para a temporada 2021/22, a expectativa é de que o maior direcionamento da cana à produção de açúcar persista. “Em meio às projeções de déficit global de açúcar e, consequentemente, maior remuneração da commodity frente ao etanol, a StoneX projeta que o mix açucareiro permaneça elevado na próxima temporada, em 45,2% – patamar 0,7 p.p. inferior à 2020/21, mas 10,9 p.p. acima do observado em 2019/20 – safra de produção recorde de álcool”, afirma.

Em termos práticos, este cenário deve reduzir a oferta de etanol no mercado interno, ainda mais diante das perspectivas de crescimento no consumo do Ciclo Otto no ano corrente. A consultoria estima que a destilação total do etanol alcance 29,4 milhões de m³ em 2021/22, recuo safra-a-safra de 3,5%. Deste volume, espera-se que 2,9 milhões de m³ sejam referentes ao etanol de milho, correspondendo a um crescimento de +11,5% em relação ao ciclo anterior.

A StoneX analisa ainda que, de modo geral, a rentabilidade significativa do açúcar deve corroborar a receita das usinas, de modo que estas tenham margem para manter os preços do biocombustível em patamares sustentados.

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“Com isso, projetamos que a produção de hidratado no Centro-Sul alcance 19,1 milhões de m³ ao final da próxima temporada, recuo safra-a-safra de 8,0% – número que considera a expectativa de maior participação da gasolina no consumo do Ciclo Otto”, ressalta.

Quanto ao consumo, estima que avance 4,9% em 2021, para 27,4 milhões de m³ e projeta que a demanda por etanol hidratado aumente 4,9%, para 20,2 milhões de m³, ao passo que a de anidro alcance 10,2 milhões de m³ (+5,4%).

 

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