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Produção de cana terá queda de até 9%

Problemas climáticos vão derrubar, pela segunda safra consecutiva, a produção de cana-de-açúcar de Pernambuco, que deve fechar negativa entre 4% e 9% na comparação com 2009-2010. Chuva em excesso na Zona da Mata Sul e irregularidade pluviométrica na Mata Norte foram os principais motivos que influenciaram a redução. O desempenho negativo antecipou o fim da colheita na Mata Norte. Historicamente, a moagem tem início em setembro de um ano e se estende até março do exercício seguinte, mas dessa vez metade das usinas terminaram de moer este mês.

O presidente do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, acredita que a redução no volume de cana moído d eve chegar a 1 milhão de toneladas, saindo de 17,9 milhões de toneladas na safra 2009-10 para 16,9 milhões na atual moagem. “A média de chuvas na Mata Norte que chega a 1.700 milímetros entre outubro e janeiro. Nesta safra ficou em 1.000 milímetros. Enquanto na Mata Sul aconteceu o contrário, castigada pelas fortes chuvas”, compara, dizendo que no Sul a média pluviométrica foi de 2.200 milímetros, quando historicamente é de 1.700.

O fim da moagem chegou mais cedo para as usinas São José, Santa Tereza e Olho D’Água, ma Mata Norte. A região é responsável por 38% da moagem de cana de Pernambuco e concentra seis unidades. Já a Mata Sul tem 15 usinas e produz 62% da cana do Estado. Durante a safra são gerados 93 mil empregos no setor sucroalcooleiro. Com a antecipação do fim da moagem muitos dos canavieiros ficaram sem trabalho antes do tempo previsto e terão que esperar mais tempo até que seja iniciado o programa Chapéu de P alha, criado para garantir renda para os trabalhadores durante a entressafra.

“A partir da safra 2007-08 a produção começou a crescer e alcançou a casa das 19 milhões de toneladas de cana-de-açúcar (ver quadro ao lado), mas caiu para 17,9 milhões na colheita 2009-10 e deve fechar em 16,9 milhões nesta safra”, calcula Cunha.

Da produção total de açúcar, que deve alcançar 1,45 milhão de toneladas, pelo menos 65% devem seguir para exportação. Já a produção de álcool deve ficar em 390 milhões de litros (10 milhões a menos que na safra anterior).

O fim da moagem antes de março também deve provocar aumento nos preços dos derivados, porque aumentará a distância entre o fim da safra do Nordeste e o início do Centro-Sul. Cunha diz que é cedo para prever de quanto será o reajuste.

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