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Produção de cana deste ano é 16% maior que em 2002

A produção de cana-de-açúcar em Minas Gerais aumentou 16% este ano em relação à safra do ano passado. Até agora, já foram colhidos 72% da produção prevista, que é de 18 milhões de toneladas. A colheita termina no início de novembro. No ano passado a produção no Estado foi de 15,5 milhões de toneladas. A produção de açúcar em 2003 também deve crescer em 13,5%, e pode chegar a 1,240 milhão de toneladas. Em 2002 a produção foi de 1,090 milhão de toneladas. O crescimento mais expressivo foi na produção de álcool, com 22,5%. De 663 milhões de litros produzidos no ano passado, para 776 milhões de litros este ano.

Nesta safra o setor emprega de forma direta 28 mil empregados no campo entre cortadores, tratoristas e pessoal de manutenção. O número de trabalhadores só não é maior porque cerca de 20% da produção no Estado é mecanizada. Mesmo assim, o setor está em crescimento e projeta para os próximos cinco anos 92% de aumento na produção de cana-de-açúcar com a geração de outros 21 mil empregos diretos. Na região do Triângulo Mineiro estão instaladas dez das 20 empresas sucroalcooleiras em atuação em Minas Gerais.

O Triângulo Mineiro é responsável pela produção de 65,2% da matéria-prima do setor com 11,780 milhões de toneladas de cana moída. Cerca de 73% da produção de açúcar está na região, o que equivale a uma produção de 906 milhões de toneladas do produto. A participação da região também é expressiva na produção de álcool. São 460 milhões de litros, o que representa 59% da produção de Minas Gerais.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Açúcar e Álcool de Minas Gerais (Sindaçucar/MG), Luiz Custódio Cotta Martins, ao contrário de anos anteriores, as empresas têm mantido a mão-de-obra de uma colheita para a outra devido ao aumento da produção de cana. O processo de formação do açúcar exige que até 48 horas após a colheita, no máximo, o produto esteja na indústria para a produção de álcool ou de açúcar. “Este ano praticamente não tem ocorrido dispensa. Quando um funcionário não está na colheita ele está na preparação de uma outra área para o plantio e por isso os empregos têm sido mantidos”, afirmou.

Preocupados com os rumos das cotações internacionais do açúcar, que acumulam desvalorização de quase 20% neste ano, muitos produtores começam a antecipar a comercialização do produto para o ano que vem. Usinas de médio e grande porte têm antecipado a fixação de preços das exportações de açúcar a partir de maio do próximo ano. Até agora, pelo menos 30% dos volumes que serão negociados ao longo da safra 2004/05 já estão comprometidos com essa negociação.

No mesmo período do ano passado, grande parte das usinas não tinha feito operações antecipadas do produto na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) com garantia de preço pré-definido – prática conhecida como hedge (expressão em inglês que significa resguardar-se), pelo mercado. Na época, as empresas apostavam na valorização dos preços internacionais em 2003. A estratégia revelou-se amarga para a maioria dos empresários, que iniciaram a safra, em maio último, com menos de 50% dos negócios comprometidos, volume considerado pequeno por alguns especialistas.

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