A produção mundial de etanol em 2021 deverá ser de 103,9 bilhões de litros, o que representa uma recuperação de 3 bilhões de litros no nível de 2020 e deve aumentar para 109,7 bilhões de litros em 2022 de acordo com as estimativas revisadas da Organização Internacional do Açúcar (ISO).
Apesar das perspectivas de recuperação da produção global de etanol, a organização alega ser difícil ver a oferta e a demanda globais voltando a níveis pré-pandêmicos.
Segundo a ISO, a produção do biocombustível nos EUA deve aumentar, apesar dos custos de insumos mais elevados. Já no Brasil, a queda do volume de matéria-prima para a safra 2021/22 e uma alocação reduzida de etanol na temporada passada significarão uma redução na produção de etanol de cana. “O aumento da produção de etanol de milho e uma redução nos estoques podem ser necessários para fechar o balanço”, avisa a entidade.
Quanto ao consumo global de etanol em 2021, a ISO estima que o consumo se recupere para 103,4 bilhões de litros, um aumento de 8% em relação a 2020, mas ainda quase 6 bilhões de litros abaixo de 2019. Para 2022, é esperada uma recuperação para 107,3 bilhões de litros.
“O comércio global de etanol, até março de 2021, diminuiu devido aos volumes reduzidos enviados dos Estados Unidos, mais do que compensando os aumentos do Brasil. Embora os volumes inter-comércio entre os EUA e o Brasil representem uma parte significativa do comércio mundial, os embarques para outros destinos aumentaram até agora em 2021, com um novo destino importante, como a China”, disse a entidade.
LEIA MAIS > Grupo Virgolino de Oliveira entra em recuperação judicial
A organização lembrou ainda que, segundo a Braskem, é possível que uma parte da produção de etanol seja desviada para a produção de bioplásticos, a fim de diminuir as emissões de gases de efeito estufa.
A companhia, que é a maior fabricante de resinas das Américas, informou que vai investir US$ 61 milhões na ampliação da sua produção de polietileno e resina EVA obtidos a partir do etanol de cana no Brasil. Com previsão deste projeto de expansão começar sua operação no final de 2022, a multinacional deverá elevar para 260 mil toneladas a capacidade da matéria-prima para a produção dos biopolímeros.
Mercado em expansão, que chamou atenção de grandes indústrias como a Coca-Cola e a Danone, entre outras, o plástico “verde” também está na mira de outras empresas como a Cosun Beet Company e a empresa holandesa Avantium, que formarão uma joint venture ainda este ano para produzir glicóis à base de beterraba sacarina para contribuir ativamente para um futuro livre de fósseis.
Neste sentido, pretendem investir na construção de uma planta comercial a partir do primeiro semestre de 2023. A previsão é que a unidade inicie suas operações comerciais em 2025.