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Produção de álcool será prioridade este ano

Analistas internacionais acreditam que a produção mundial de açúcar seja superior ao consumo. A consultoria LMC informa que a produção mundial aumentou 8,4%, totalizando 142,8 milhões de toneladas no período de 12 meses, encerrado em 1º de janeiro passado, enquanto que o consumo foi de 132,8 milhões de toneladas, ou seja, 3,1% superior. As informações são da União da Indústria Canavieira de São Paulo — Unica. A tendência é que, com a oferta maior do que o consumo, as usinas produzam mais álcool, para manter o preço.

Especialistas em mercado futuro demonstram não ter dúvidas de que este ano o álcool será prioridade para as usinas brasileiras. Na Coimex, o trading de mercado futuro Tiago Peres, diz que no que se refere ao mercado “a safra 2003/04 é uma questão complicada”, e adverte que o mercado internacional do açúcar não será tão convidativo como no ano passado.

As expectativas do mercado são de que os preços da tonelada do açúcar no Porto de Santos oscilem entre US$ 170 e US$ 200, mantendo os patamares do ano passado. “Na última safra realmente o mercado internacional chamou os empresários sucroalcooleiro a produzirem mais açúcar, mas esta não será a realidade este ano”, adverte Tiago Peres. No seu parecer, a relação entre consumo e produção mundial ficará muito próxima.

Outro fator apontado pelo consultor de mercado futuro é o preço do litro do álcool já próximo a 80% da gasolina. “Atualmente o mercado do álcool é convidativo e as projeções são de que o mix do início da safra em abril esteja muito próximo”. Ele atribui as altas de preços recentes ao álcool pelo fato de no ano passado a produção de açúcar ter sido priorizada, o que tornaria necessário, como foi feito, a redução de 25% para 20% na adição do álcool diante do baixo estoque de passagem safra até que a safra comece em abril.

Além disso, o governo poderá criar cotas de exportação de açúcar em represália ao alto preço do álcool. O setor sucroalcooleiro se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, para explicar porque o valor cobrado pelo combustível está acima de 60% do preço da gasolina, segundo acordo firmado em 15 de janeiro. A intenção do governo é garantir o abastecimento dos consumidores e conter a tendência de alta nos preços.

O ministro disse que não estuda taxar as exportações, mas admitiu criar um cota. O volume poderia deixar de ser 11 milhões de toneladas, estimado para este ano, e chegar a 9 milhões de toneladas. No ano passado, o setor exportou 13 milhões de toneladas. Rodrigues disse ainda que esperava convencer o setor de que garantir o abastecimento do combustível é garantir a continuidade da produção sucroalcooleira.

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