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Produção cresce no Brasil com maior oferta de cana

A oferta de etanol no mercado nacional deve crescer 17% nesta safra 2013/14 (de abril a março), de acordo com Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). Se confirmadas as estimativas, as usinas do País devem encerrar o atual ciclo com produção de 27 bilhões de litros, ante 23 bilhões da safra anterior (2012/13).

O aumento da oferta reflete a elevada produção de cana neste ano, beneficiada pelas melhores condições climáticas. No Centro-Sul, principal região produtora do País, a oferta cresceu cerca de 50 milhões de toneladas, para 590 milhões de toneladas. “Todo esse volume excedente foi voltado para a produção de etanol”, afirmou.

A produção da cana na Região Nordeste, que responde por cerca de 10% da produção nacional, deve ficar estável, em torno de 60 milhões de toneladas.

Do total produzido no Brasil, 24 bilhões de litros de etanol são para combustíveis – 11 bilhões de litros de anidro (usado na mistura com a gasolina) e 13 bilhões de hidratado. Os outros três bilhões de litros são destinados a outros fins, como indústrias química e de bebidas, por exemplo.

Incentivos

A expectativa é de que não haja problemas de oferta na entressafra (de janeiro a março). Rodrigues afirmou que a demanda pelo combustível cresceu este ano, como reflexo da elevação da alíquota de mistura de 20% para 25%, em vigor desde maio último. À mesma época, o governo federal deu uma série de incentivos para o etanol, como a liberação de linhas de crédito para produção e estocagem, no valor de R$ 6 bilhões. Além da desoneração do PIS/Cofins, o equivalente a R$ 0,12 por litro, distribuído para toda a cadeia. “Os preços tornaram-se mais favoráveis nas bombas”, disse o diretor da Unica.

A vantagem econômica da utilização de etanol sobre a gasolina, contudo, somente foi revertida há poucos meses – compensa abastecer com o biocombustível quando a cotação fica em até 70% da gasolina.

A maior oferta de etanol no País também reflete a queda das exportações. Dados da Unica indicam que os embarques deverão ficar em 2,5 bilhões de litros nesta atual safra, recuo de 19% sobre o ciclo anterior, de 3,1 bilhões de litros.

Baixo investimento

A produção para 2014 continua indefinida. “Vai depender do clima”, afirmou o diretor. Segundo ele, as usinas do Centro-Sul não estão estimuladas a fazer investimentos na renovação dos canaviais, que tradicionalmente atingem 20% do total plantado pelas usinas. A baixa rentabilidade do setor nos últimos anos tem inibido os investimentos nos canaviais.

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