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Produção acumulada de energia gerada pela cana atenderia SP por 11 anos

Desde 2013, o setor sucroenergético produz bioeletricidade mais para a rede do que para o consumo próprio

Foto: Arquivo/JornalCana

O setor sucroenergético produziu 36.827 GWh de bioeletricidade, em 2019, o que representa crescimento de 1.392 GWh ou 3,9% em relação a 2018.

A oferta de energia elétrica para a rede foi de 22.509 GWh, representando um crescimento anual de 4,3% e a geração para o autoconsumo das usinas sucroenergéticas foi 14.318 GWh, um aumento de 3,4% em relação a 2018, conforme consta de recente levantamento da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Segundo a pesquisa, desde 2013, o setor sucroenergético produz bioeletricidade utilizando bagaço e palha mais para a rede elétrica nacional do que para o consumo próprio das usinas canavieiras.

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A bioeletricidade sucroenergética ofertada para a rede chegou a crescer 32,5% entre 2012 e 2013, porém, entre 2016 e 2019, o crescimento médio não passou de 2% ao ano.

De acordo com o levantamento, a geração de bioeletricidade sucroenergética acumulada nos últimos 10 anos foi de 309.412 GWh, equivalente ao consumo anual somado de energia elétrica das Regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste do país.

Essa produção de bioeletricidade acumulada também é equivalente a suprir de energia elétrica, por 11 anos, a cidade da cidade de São Paulo (a mais populosa do continente americano, com mais de 12 milhões de habitantes).

Segundo Zilmar de Souza, gerente de Bioeletricidade da UNICA, atualmente, o Brasil utiliza somente 15% do potencial de geração de energia elétrica pelo setor sucroenergético.

Segundo a EPE (2020), dentre as 366 usinas a biomassa de cana-de-açúcar em operação em 2019, 220 comercializaram eletricidade (60% do total de usinas).

Dessa forma, havia um total de 146 usinas que ainda não oferta excedentes de energia elétrica para a rede (40% do total em operação em 2019), mostrando o potencial de geração renovável e sustentável de energia elétrica presente no setor sucroenergético brasileiro.

Zilmar de Souza, gerente de Bioeletricidade da UNICA

Souza lembrou que o setor elétrico brasileiro passa por um momento de discussão em torno de sua modernização, com a promessa de valorizar mais adequadamente os atributos das diversas fontes de geração no país.

No caso da bioeletricidade da cana isso representa a valorização apropriadamente dos atributos como sua geração renovável evitando emissão de gases de efeito estufa, a firmeza e previsibilidade de sua geração estável (não-intermitência), a produção perto dos centros de consumo e complementar à fonte hídrica, dentre outras externalidades.

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Em 2020, de janeiro a maio, a produção de bioeletricidade sucroenergética foi de 5.686 GWh, representando 73% da geração pela biomassa à rede no período supracitado e um crescimento de 8% entre janeiro e maio de 2019 e 2020.

“Estima-se que essa energia renovável de 5.686 GWh tenha evitado a emissão de quase 2 milhões de toneladas de CO2, marca que somente seria atingida com o cultivo de 13,5 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos”, explicou Zilmar.

O relatório mostra ainda que, os meses de abril, maio e junho de 2020, representam sozinhos 78% do total da geração de bioeletricidade para a rede de janeiro a junho de 2020, mostrando a relevância da safra canavieira na Região Centro-Sul, tradicionalmente iniciada em abril de cada ano.

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A geração de energia elétrica pelo setor sucroenergético, para a rede nacional, costuma representar mais de 80% da geração anual pela bioeletricidade em geral.

São Paulo foi o Estado que mais gerou bioeletricidade

O volume de geração pela bioeletricidade de 10.882 GWh foi equivalente a 6,5% do consumo anual de energia elétrica nas indústrias no país.

Também é equivalente a 14% da geração de energia elétrica pela Usina Itaipu em 2019.

De janeiro a maio deste ano, 86% do total da geração pela fonte bioeletricidade em geral para a rede esteve concentrada em apenas cinco Estados da Federação: São Paulo (41%), Mato Grosso do Sul (17%), Minas Gerais (11%), Paraná (9%) e Goiás (8%). Todos esses Estados ficam na chamada Região Centro-Sul sucroenergética.

O Estado que mais gerou bioeletricidade para a rede foi São Paulo, responsável por 41% do total de geração de janeiro a maio de 2020. Essa cogeração cresceu 15% de janeiro a maio de 2020 em relação a igual período em 2019.

 

 

 

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