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Problemas climáticos e elevados custos prejudicam a produção de açúcar na Europa

Analistas estimam que de 2 milhões de toneladas de açúcar na safra 2022/23

Problemas climáticos e elevados custos prejudicam a produção de açúcar na Europa

As incertezas intensificadas pela guerra na Ucrânia e por fenômenos climáticos que têm prejudicado o cultivo da beterraba sacarina, seguem influenciando as perspectivas para a produção de açúcar na Europa no curto e no médio prazo.

Segundo analistas da StoneX, a produção do adoçante pelo continente apresentou um crescimento no ciclo atual, que encerrará em setembro/22.

“Essa retomada na produção ocorreu com o retorno das chuvas no início de 2022 e pelo menor custo de produção no primeiro trimestre do ano. Contudo, para o próximo ciclo, a perspectiva já se mostra negativa”, avaliam.

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Relatório divulgado pela consultoria mostra que, após a invasão russa na Ucrânia, os preços dos suprimentos apresentaram altas significativas, especialmente fertilizantes, derivados de petróleo e o gás natural, que tem atingido máximas históricas, impactando diretamente o funcionamento das usinas de açúcar. Além disso, a produção de beterraba sacarina tem perdido área, em especial, para os cereais, como o trigo e a canola, que possuem rentabilidade maior para o produtor no continente europeu.

“Em grande parte do continente europeu, o volume de chuvas tem estado abaixo do normal e, somado a isso, as altas temperaturas têm batido recordes em algumas regiões. De acordo com os dados climáticos da União Europeia, os países estão enfrentando um alto déficit de umidade do solo, que tem levantado um alerta para o desenvolvimento das áreas que serão colhidas no decorrer deste ano e em 2023”, explicam os analistas.

De acordo com eles, para o desenvolvimento das culturas de beterraba, a falta de umidade e as temperaturas elevadas têm gerado preocupação para o agricultor, pois sem água suficiente a produtividade dos campos deve apresentar queda na próxima safra e as temperaturas elevadas podem promover o murchamento das plantas, impedindo assim seu desenvolvimento.

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“Na temporada 2018/19, após enfrentar condições climáticas semelhantes, a produção do adoçante retraiu aproximadamente 10% na Europa. Esse estresse sofrido pelas plantações promoveu uma queda de aproximadamente 10 toneladas por hectare na produtividade na Alemanha e na França, principais produtores na região. Com as condições apontadas acima, considerando um cenário mais pessimista, estima-se que a produção de açúcar no continente pode registrar uma queda de até 2 milhões de toneladas na safra 2022/23”, concluem.

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