Prioridade da Embrapa é a agroenergia
O orçamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para este ano será de R$ 1,013 bilhão, valor 10,1% maior que o do ano passado, disse o diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana.
Os valores ainda não foram detalhados. A prioridade da Embrapa é investir na expansão da agroenergia nas áreas de biodiesel, oleaginosas (soja, mamonas, dendê, girassol e canola), cana-de-açúcar e resíduos de outras fontes. Além disso, a Embrapa pretende investir em aqüicultura, carcinicultura (cultura de camarão) no Nordeste e na agricultura de base ecológica que abrange a defesa sanitária e qualidade de segurança de alimentos.
Ontem, Crestana afirmou que Embrapa instalará, neste ano, uma unidade na África na área de transferência tecnológica. A idéia é que o escritório comece a funcionar a partir do segundo semestre. O nome do país africano ainda não foi anunciado porque depende da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o executivo, estão no páreo Senegal, Quênia, Gana e África do Sul. Serão destinados US$ 500 mil para a instalação do projeto que, em parte, serão usados na manutenção da equipe.
Crestana disse que o projeto contará com uma contrapartida do país africano escolhido. Para ele, o lançamento da unidade na África é estratégico tanto para o Brasil quanto para a Embrapa, porque os países africanos respondem por 60% das demandas internacionais da instituição. Segundo Crestana, será a primeira experiência da Embrapa, neste modelo, no mercado internacional.
Hoje a Embrapa opera no exterior por meio de laboratórios virtuais (Labex) nas áreas de pesquisa e desenvolvimento em alguns países europeus. O objetivo do Labex é desenvolver pesquisas estratégicas para o Brasil e acompanhar os avanços científicos e tecnológicos na Europa na área de agricultura.
Consórcio de Agroenergia
Hoje, a empresa lançará o Consórcio Nacional de Agroenergia para as áreas de pesquisa e inovação. O consórcio tem o apoio do Ministério da Agricultura e será anunciado, em Brasília, pelo ministro Roberto Rodrigues e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O consórcio é uma forma de organização nacional dos interessados em agroenergia”, informou Crestana, acrescentado que será voltado para a produção de etanol, biodiesel, florestas energéticas e resíduos agroindustriais.
Ele afirmou que existem 70 instituições dos setores público e privado – bancos, universidades, institutos de pesquisa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – interessados no consórcio.