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Primeira etapa do Museu do Açúcar será entregue no próximo sábado

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Representantes do setor sucroenergético terão encontro marcado no próximo sábado, 14 de dezembro, durante entrega oficial da primeira etapa do projeto que transformará o antigo Engenho Central, em Museu Nacional do Açúcar e do Álcool, em Pontal (SP). 

O Museu Nacional do Açúcar e do Álcool estará aberto ao público à partir do dia 15 de dezembro. O funcionamento será de terça à domingo, das 10h às 16h, com entrada gratuita. Visite www.engenhocentral.com.br

“O Museu é um sonho antigo da família Biagi. Agradeço a todos que participaram, e que ainda participam, desse projeto. Nosso maior objetivo é resgatar a memória industrial da cana-de-açúcar que tanto influenciou a história da nossa região e o desenvolvimento do Brasil”, afirma Luiz Biagi, presidente do Instituto Cultural Engenho Central.

Implantação

Segundo a museóloga Angelica Fabbri, conselheira do Instituto e uma das consultoras responsáveis pelo acompanhamento do projeto, nesta primeira etapa foram feitas intervenções para interromper os efeitos da ação do tempo.

“Foi realizado um trabalho focado na limpeza, recuperação e melhora da infraestrutura, além de um levantamento preliminar e higienização básica de um acervo precioso. Algumas novas intervenções também estão sendo feitas, como a implantação de um pátio e a reforma e adaptação das pequenas casas ao redor do prédio principal do Engenho. Vamos deixar o Museu preparado para as próximas etapas do projeto que acontecerão conforme a captação dos recursos e a realização de parcerias”, explica.

Acervo

Em meio ao antigo maquinário do Museu Nacional do Açúcar e do Álcool, estão equipamentos raros, fabricados em 1876 e 1888, trazidos da Europa para o Brasil ainda na época da monarquia. Outros objetos históricos são as antigas semeadeiras, bombas de abastecimento, barris para beneficiar e purificar o açúcar, recipientes para o transporte de aguardente até o Porto de Santos, o carimbo que identificava as sacas de açúcar com a marca do Engenho, o maquinário das oficinas de manutenção e até mesmo o velho relógio que ficava no ponto mais alto da torre da usina.

“O acervo também conta com objetos que a família Biagi arrematou de engenhos localizados na região nordeste do país, datados do século XVI, período que corresponde aos primórdios da produção de açúcar no Brasil. É um patrimônio exclusivo que será fonte de muitas pesquisas”, afirma a arquivista Leila Heck, gestora do acervo e integrante da equipe técnica do Instituto Cultural Engenho Central.

Na primeira fase de implantação do Museu, o projeto contou com apoios do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, e do Governo do Estado de São Paulo, por meio do Proac (Programa de Ação Cultural), e com os patrocínios de Bradesco, Itaú BBA, Cia. de Bebidas Ipiranga, Dow Agrosciences, Weg Motores Elétricos, Renk Zanini, Usinas Santo Antonio, São Francisco e Santa Vitória, Caldema, TGM Turbinas, Native Orgânicos, Biosev, Sermatec, Sorocaba Refrescos e CPFL Energia.

História

O sítio Pocinhos, que pertencia a Alexandre Balbo, foi adquirido em 1902 pelo fazendeiro Francisco Schmidt – imigrante alemão conhecido como o Rei do Café e então dono da vizinha fazenda Vassoural – que decidira entrar no mercado de açúcar em uma sociedade com a empresa alemã Theodor Wille, de Hamburgo.

Focando as exportações de açúcar, já em 1906, Schmidt obteve benefícios de isenção fiscal – concedidos por uma lei aprovada pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto – para quem investisse em outras culturas. Foi quando ele montou o Engenho Central de Sertãozinho/Usina Schmidt dando início às atividades industriais no local.

As primeiras máquinas do Engenho Central foram fabricadas no Reino Unido e na França, entre as décadas de 1870 e 1880, tendo sido adquiridas de outro grande fazendeiro da época, Henrique Dumont Vilares, que, desde 1898, era dono de um engenho em Santa Rosa do Viterbo (SP).

Já com a produção de açúcar à todo vapor, o Engenho Central gerou grande impacto no comércio da região. O açúcar produzido por Schmidt tinha o nome de “Crystal”. Naquela época, a Cia. Mogiana de Estradas de Ferro chegou a estender seus trilhos até o pátio do Engenho.

Em 1924, o Coronel Francisco Schmidt faleceu e, em 1961, seus herdeiros venderam a Fazenda Vassoural para Maurílio Biagi que, em 1964, adquiriu também o Engenho Central e sua cota de produção.

Em 1966, Biagi constituiu a Companhia Agro Industrial Engenho Central (Caiec) que, funcionando como apoio à Usina Santa Elisa, seguiu produzindo até meados de 1974, quando encerrou suas atividades.

Maurilio Biagi faleceu em 1978. De lá para cá, Luiz Biagi – segundo filho de Maurilio e dona Edilah Lacerda Biagi – apoiado por toda a família, fez questão de preservar as edificações e o maquinário original do Engenho Central, já com intuito de criar um museu.

Em 2006, o complexo foi doado pela família Biagi ao Instituto Cultural Engenho Central, instituição criada no mesmo ano com objetivo de levar adiante o projeto de implantação do Museu que agora se torna realidade.

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