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Prevenção de incêndios na agenda ESG da Raízen

Investir em programas de conscientização podem reduzir os prejuízos provocados pelas queimadas

Prevenção de incêndios na agenda ESG da Raízen

Em sua 3ª edição, o webinar “Prevenção e Combate a Incêndios em Canaviais”, realizado pela Raízen, reuniu nesta terça-feira, dia 19, representantes do setor sucroenergético para discutir ações de conscientização e engajamento para mitigar os impactos do fogo nos canaviais.

Participaram do encontro Ricardo Lopes, diretor Agrícola da Raízen, Guilherme Lui de Paula Bueno, engenheiro agrônomo da Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara (Canasol), Rafael Asato, diretor da Campanário Agropecuária, e Fábio Ricardo Marin, professor associado do Departamento de Engenharia de Biossistemas Área de Física e Meteorologia ESALQ/USP.

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Fábio Ricardo Marin

Marin destacou a importância desse trabalho de conscientização, principalmente nesta época do ano.

“No Centro-Sul esses meses (julho e agosto) são os mais secos do ano, atmosfera fica mais seca, retirando água das plantas, o que faz com que a propensão para o fogo aumente muito, o que atrapalha todo planejamento de colheita, custa para empresa e também para a parte ambiental, inclusive com prejuízos ao solo, sem contar o aumento da poluição que afeta a sociedade urbana”, disse.

O professor comentou ainda que o “objetivo é conscientizar que não vale a pena fazer queimada, não existe nenhum aspecto científico que estimule essa prática, que tem um custo ambiental e econômico muito grande para as unidades produtivas”, afirmou.

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Guilherme Lui de Paula Bueno

Guilherme Lui de Paula Bueno lembrou que anteriormente a queimada controlada era prática recorrente nos canaviais, mas hoje não mais e que a Canasol vem intensificado a realização de campanhas a fim de mitigar esse problema. “Com ações integradas de fornecedores e usinas ao trabalho tem como objetivo atingir a sociedade civil. Temos também os PAM (Planos de Auxílio Mútuo e RINEM (Rede Integrada de Emergências) para atuar tanto na prevenção como também no combate.

O diretor agrícola da Raízen, Ricardo Lopes, enfatizou a importância da ação unitária na defesa do meio ambiente e que as práticas ESG estão na raiz da empresa. “Existe uma visão integrada e trabalhamos na mitigação de riscos. Nossos compromissos públicos até 2030 estão alinhados a 16 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS).

Lopes destacou o trabalho de gestão hídrica, para otimizar o consumo de água e o uso de tecnologias avançadas para expandir a oferta de energia limpa.

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Ricardo Lopes

“Temos 99% de colheita mecanizada, 100% da frota com dispositivo de rastreamento e câmeras, monitoramento via satélite com drones e equipamentos modernos de combate ao incêndio. Na última safra, por conta da seca, tivemos muitos incêndios, mas mesmo assim, conseguimos reduzir 15% em relação ao período anterior. São 173 caminhões bombeiros e cerca de 1,3 milhões de hectares monitorados. Além disso, estamos crescendo em controle microbiológico”.

A empresa também tem investido em campanhas educativas como a “Quem ama a terra, não chama o fogo”, que recentemente promoveu uma grande carreata na região de Guariba, com todo time da Raízen, envolvendo comunidade e poder público. “Acreditamos na educação e precisamos de toda sociedade envolvida”, disse Lopes.

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O diretor da Campanário Agropecuária, Rafael Asato, destacou o impacto negativo das queimadas nos canaviais. “É um desastre econômico para o produtor, perda de produtividade, população de colmos, falha no canavial, diminui a eficiência operacional, prejudicando todo o planejamento para a colheita da cana”, disse.

Rafael Asato

Segundo Asato, as boas práticas de prevenção devem levar em conta: equipamentos corretos e estrutura adequada, treinamento das equipes, controle de acesso nas áreas para evitar incêndios criminosos; planejamento das áreas do canavial; aceiros com o distanciamento adequado; mapas de criticidade, onde através do histórico, você pode priorizar as áreas com maior risco; parceiras na região, com usinas, produtores próximos.

“Com relação ao combate é preciso ter velocidade na reação, comunicação ágil, prontidão de equipamentos, que devem estar sempre preparados para entrar em operação. A prevenção é a melhor redução de custo e sustentabilidade”, finalizou.