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Presidente revela detalhes sobre a safra de cana 16/17 da Canaoeste

Eles formam um grupo de 2 mil a 2,3 mil produtores de cana-de-açúcar, em sua maioria pequenos – com até 5 mil hectares plantados -, responsáveis na safra 2015/16 pela entrega de 9 milhões de toneladas da matéria-prima do etanol e do açúcar. O fornecimento foi para 31 usinas sucroenergéticas localizadas em um raio de 100 quilômetros do município de Ribeirão Preto, no interior paulista.

Os fornecedores são ligados a Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste).

Manoel Ortolan, engenheiro agrônomo de 69 anos, se prepara para novamente assumir a presidência da Canaoeste, que tem sede em Sertãozinho, e avisa: a entidade passará por mudanças de gestão em nome da eficiência.

Ortolan adianta algumas novidades, como integrar parte da diretoria da Canaoeste com produtores de cana-de-açúcar efetivamente envolvidos no negócio. Outras novidades cabem à consultoria Maskestrat, contratada para introduzir as mudanças.

Mas a Canaoeste entrará na safra 2016/17 com fôlego redobrado. Confira a seguir os detalhes na entrevista concedida por Manoel Ortolan para o Portal JornalCana

Ortolan, na entrevista para o Portal JornalCana: 2016 representa o início da recuperação
Ortolan, na entrevista para o Portal JornalCana: 2016 representa o início da recuperação

Cana bisada

Manoel Ortolan – Há pouca, entre os fornecedores da Canaoeste, porque a usina parceira prioriza a moagem da cana dos fornecedores. Normalmente o que bisa é cana da usina.

Produtividade da cana na 15/16

Manoel Ortolan – Estamos em um crescente, mas na 15/16 deveremos fechar em 83 toneladas de cana por hectare (TCH). Na 14/15, o TCH foi de 73, em função da seca e da queda acentuada de produção.

Balanço da safra 15/16

Manoel Ortolan – Foi o início de uma recuperação porque as lavouras melhoraram, a cana plantada já integra canavial melhor, devido também às chuvas registradas mesmo nos meses tradicionalmente de seca do ano passado. O canavial melhorou e os preços também tiveram melhora, principalmente a partir de setembro. Isso fará com que a safra feche acima do estimado lá no início. Em abril, começamos com R$ 0,4909 o quilo do ATR, subindo para R$ 0,50 em setembro e, em dezembro, R$ 0,6319. Esses são valores do mês, enquanto recebemos pelo acumulado. O acumulado, na segunda quinzena de janeiro, estava em R$ 0,5183. Acho que fecha entre R$ 0,53 a R$ 0,54.

Impacto das chuvas

Manoel Ortolan – Com as chuvas de 2015, no geral na safra do Centro-Sul do País o açúcar caiu e tivemos menos ATR. A queda chegou a 6 quilos a menos em relação a safra 14/15. Mas  esse diferencial não foi registrado na cana dos fornecedores da Canoeste. Estamos na média da associação, com 136 quilos de ATR por tonelada. No Centro-Sul, a média está em 131 quilos de ATR.

Projeções para a safra 16/17

Manoel Ortolan – O fornecedor investirá mais. Com certeza o plantio de canaviais será maior. Calculo que chegaremos a uma reforma de canaviais da ordem de 15%. Ou seja, essa renovação deverá chegar a 15 mil hectares. O perfil da Canaoeste: 9 milhões de toneladas de cana entregues, com uma média de 86 toneladas por hectare, em um canavial dos associados estimado em 130 mil hectares. Para a safra 16/17, a cana a ser entregue pelos fornecedores da Canaoeste deverá crescer por conta da produtividade, com uma boa cana de primeiro corte, chegando a um crescimento entre 8% a 10%.

Como o excesso de chuvas deste início de ano é bom e ruim para a cana? 

Manoel Ortolan – Do ponto de vista de vegetação, a chuvarada é boa porque atua no desenvolvimento da cana. Quanto ao teor de açúcar, ainda é um pouco cedo para avaliar. A cana está crescendo e se a chuva tiver a redução normal a partir de março, teremos uma safra com teor de açúcar maior ante a safra 15/16. É o que se espera, porque já se fala no El Niña, a partir do segundo semestre, com condição de seca mais acentuada, que favoreceria a ATR e a moagem.

Relação financeira com usinas clientes

Manoel Ortolan – Com a safra 16/17 irá melhorar. Na área de atuação da Canaoeste talvez tenhamos algum problema, neste fim da safra 15/16, com a Abengoa [companhia espanhola controladora de duas usinas]. Mas ninguém ficou sem receber. Houve uma usina que ao invés de antecipar os 80% [do valor da cana entregue pelo fornecedor], pagou um pouco menos, mas cumpre com as obrigações.

Aumento do número de associados

Manoel Ortolan – Trabalhamos para ampliar o quadro de produtores de cana associados. Buscamos reorganizar e reestruturar a Canaoeste e estamos com a empresa Markestrat contratada para isso. Tivemos uma conjugação de fatores: o preço da cana andou baixo, e isso influencia na taxa do associado para a Canaoeste, que é de 1,25% do preço da cana. Nesses últimos anos, em função de um caixa, conseguimos suportar os déficits, mas precisamos trabalhar dentro do orçamento do ano. Não posso todo ano enxugar reservas.

Contate o autor deste conteúdo: delcymack@procana.com.br

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