Mercado

Presidente diz que câmbio não muda por decreto

No primeiro discurso já como candidato à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem, em jantar comemorativo dos 50 anos da indústria automobilística no Brasil, uma promoção mais discreta que a habitual de ações de seu governo, mas retrucou ataques dos tucanos que o acusam de fazer “populismo cambial”.

“Há uma torcida cambial aqui inimaginável. E todos vocês sabem que, ao mesmo tempo que todo mundo quer uma melhora no câmbio, nós sabemos que ela não pode ser feita por decreto ou medida provisória. Tem que ser regulado exatamente pelo mercado, e nós vamos tratar de trabalhar para que isso aconteça”, disse Lula em jantar da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), na presença de presidentes das maiores montadoras do país.

A condição de candidato não impediu o presidente de repetir o discurso nacionalista pró-Petrobras e de enaltecer ações do seu governo para incentivar a produção do biodiesel. “Nós tomamos a decisão de transformar [o biodiesel] em combustível de verdade para ser utilizado pelos veículos brasileiros”, disse o presidente.

Lula afirmou ainda que a “Petrobras apresenta ao Brasil e ao mundo uma revolução”, em referência ao HBio, mistura de óleo vegetal com óleo diesel, uma tecnologia desenvolvida pela estatal.

Ontem de manhã, na primeira modificação concreta na agenda de Lula desde o reconhecimento de que é candidato à reeleição, não foi ao ar o programa semanal de rádio “Café com o Presidente”.

Kirchner

O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, declarou ontem apoio a um “segundo mandato” de Lula. “Não tenho nenhuma dúvida que isso [a integração entre Brasil e Argentina] vai se consolidar no segundo mandato de Lula, que a maioria dos argentinos esperamos”, disse Kirchner, em Buenos Aires, em cerimônia para anunciar as regras do comércio automotivo bilateral.

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