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Premiação e homenagens marcam 30 anos do Programa Cana IAC

O programa atende a mais de 200 unidades empresariais distribuídas em 11 estados brasileiros

Premiação e homenagens marcam 30 anos do Programa Cana IAC

Os 30 anos do Programa Cana IAC foram comemorados com premiações e homenagens no dia 8 de março, no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto – SP. Na ocasião, foi entregue também o Prêmio + IAC, que em sua segunda edição, segue com o objetivo de incentivar e valorizar as unidades produtoras que adotam as variedades desenvolvidas pelo IAC.

A atmosfera festiva contou com a presença de destacadas lideranças do setor sucroenergético, assim como pesquisadores visionários que deram os primeiros passos rumo à criação do programa.

Entre eles, estava Marcos Guimarães de Andrade Landell, coordenador do programa e diretor-geral do IAC, cuja dedicação e visão foram fundamentais para o desenvolvimento e crescimento do programa ao longo dos anos. Landell, além de receber merecidas homenagens, compartilhou insights sobre a evolução do programa desde sua concepção em 1994, destacando a ampliação da rede para mais de 200 empresas distribuídas em 11 estados do Brasil.

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Além das palavras de reconhecimento e gratidão, a cerimônia também foi marcada pela entrega do Prêmio + IAC, agora em sua segunda edição. Este prêmio, concebido com o objetivo de reconhecer e incentivar as unidades produtoras que adotam as variedades desenvolvidas pelo IAC, ressalta a importância da parceria entre pesquisa e indústria para impulsionar a inovação no setor agrícola.

Entre os discursos inspiradores, Leila Dinardo Miranda, pesquisadora e autora do livro “Nematóides e Pragas da Cana-de-Açúcar”, destacou a significativa adoção do programa de manejo integrado de pragas por várias usinas, ressaltando sua importância para a sustentabilidade e eficiência da produção de cana-de-açúcar no país.

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Marcos Landell

“Referência nacional e para os países interessados na viabilização da canavicultura sustentável, o Programa Cana IAC é desenvolvido com parcerias com a iniciativa privada. Atualmente, reúne, em 11 estados brasileiros, cerca de 200 empresas parceiras. Em 2003, eram 30. Há também o apoio de agências de fomento estaduais e federais”, comentou Mauro Xavier, pesquisador do IAC.

Márcia Mutton, Professora na FCAV/UNESP ressaltou o sucesso do Programa de Cana IAC. “Esse programa tem sido muito bem-sucedido tanto do ponto de vista da produtividade como da qualidade da matéria-prima. Isso é muito importante quando nós objetivamos então ter uma melhoria no setor canavieiro. É um dos orgulhos do Estado de São Paulo e do Brasil. Parabéns à equipe do IAC, liderada pelo Dr. Marcos Landell, fazendo o desenvolvimento da cana-de-açúcar no Brasil”, disse.

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Plínio Nastari

Alan Pavani, diretor de marketing e inovação na BiomCrop, empresa de biotecnologia focada em agricultura regenerativa, ressaltou a importância de participar da comemoração dos 30 anos do Programa de Cana IAC. “É uma honra para nós estar presente e o nosso objetivo aqui foi mostrar os resultados que a nossa biotecnologia apresenta para os produtores e usinas”. Ele também citou a parceria com a Procana, como um dos patrocinadores do CanaBio.

Plínio Nastari, presidente da DATAGRO, acrescentou uma perspectiva econômica, enfatizando o papel fundamental do programa no aumento expressivo da produtividade nas últimas décadas. Segundo Nastari, o programa foi essencial para o desenvolvimento de variedades adaptadas e técnicas inovadoras, impulsionando o crescimento do setor sucroenergético brasileiro.

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“Um programa fundamental para evolução de produtividade, desenvolvimento de variedades, e técnicas de multiplicação do setor sucroenergético brasileiro. Esse desenvolvimento extraordinário é que permitiu que o Brasil passasse na década de 70 de uma moagem de 70 milhões de toneladas para 718 milhões de toneladas na safra 2023/24”, disse.

Durante o evento, Thiago de Paula e Silva, gerente corporativo de Fitotecnia da BP Bunge, apresentou os avanços e resultados do trabalho de manejo varietal desenvolvido pelas usinas do grupo, destacando a importância da qualidade operacional e os pilares fundamentais nos quais a BP Bunge se baseia para garantir a excelência na produção.

34 variedades

Leila Dinardo Miranda

O legado do Programa Cana IAC se estende além das premiações e homenagens, evidenciando-se em conquistas tangíveis ao longo de suas três décadas de existência. Com um pacote tecnológico abrangente, que inclui 34 variedades adaptadas e diversas tecnologias de manejo, o programa impulsionou o aumento da produtividade, sendo possível saltar de 70 para cerca de 87 toneladas de cana-de-açúcar, por hectare, na média de cinco cortes, mas com casos de unidades que atingiram mais de 100 toneladas/hectare.

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As ações também resultaram em ganhos de 30% na produtividade gerados pela Matriz de Ambientes, 90% de acertos na estimativa de safra obtidos com Prevclimacana IAC e o Sistema de Mudas Pré-Brotadas (MPB) geraram resultados até 20 vezes superior ao obtido no plantio de cana tradicional mecanizado.

Márcia Mutton

Nessas três décadas, o Programa Cana IAC também desenvolveu o modelo de manejo varietal com o conceito da Matriz do Terceiro Eixo e a caracterização de ambientes de produção por meio do levantamento de solos, realizado no Projeto Ambicana.

A rede experimental do Instituto Agronômico evidenciou clones IAC que, pelo desempenho, tornaram-se variedades atualmente cultivadas em regiões com expressivo déficit hídrico. Dentre elas, destacam-se: IAC91-1099, IACSP95-5000, IACSP95-5094 e IACSP97-4039.

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Mauro Xavier

“Todas essas têm adaptação muito boa a regiões com déficit hídrico e traz a perspectiva de otimizar a produtividade nas áreas secas, antes ocupadas por pastagens. As variedades IACSP-015503 e a IACCTC07-8008 que se destacam em ambientes mais restritivos”, comenta Landell.

Além do desenvolvimento de variedades adaptadas a diferentes condições, o Programa Cana IAC também se destacou pelo desenvolvimento de estratégias de manejo de pragas e doenças, métodos de análise para diagnóstico e estudos inovadores na área de nutrição e irrigação.

Além disso, o programa desempenhou um papel crucial na formação e qualificação de profissionais do setor, através de cursos e capacitações realizados anualmente em todo o país.

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Alan Pavani

Como nasceu o Programa

Ao longo de 90 anos, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) liderou os estudos de cana-de-açúcar em São Paulo, iniciando seu programa de melhoramento genético em 1934.

Contribuiu com pesquisas sobre nutrientes e doenças da cultura, expandindo sua atuação com o PROÁLCOOL na década de 80.

A transição para a colheita mecânica gerou novos desafios, resultando na criação do Programa Cana IAC em 1994. Além disso, colaborou com os programas de melhoramento da Planalsucar e da Copersucar, importando genótipos e estabelecendo parcerias estratégicas.

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Landell e sua família

Regionalização

O melhoramento genético da cana começou nos anos 80 com Raphael Alvarez, impulsionado pela queda dos programas da Planalsucar e da Copersucar. Isso levou ao fortalecimento do programa do IAC, integrando-o à antiga Divisão de Estações Experimentais e descentralizando as pesquisas.

Marcos Landell e Josias Messias

Surgiu então o Programa Cana IAC, atendendo à demanda do setor. Em 1994, o ProCana foi oficialmente criado, uma cooperação entre o IAC, agroindústrias e a Fundag, visando variedades de cana mais produtivas e com características econômicas desejáveis.

Os projetos abrangem diversas áreas, incluindo fitotecnia, fisiologia e entomologia, com equipes do IAC e da APTA Regional de Piracicaba envolvidas.

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