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Prejuízo da Odebrecht sucroenergética passa de R$ 700 milhões

odA Odebrecht Agroindustrial S. A. (ODB Agro), empresa sucroenergética do Grupo Odebrecht, registrou prejuízo consolidado de R$ 1,901 bilhão no exercício social encerrado em 31 de março deste ano. No exercício anterior, foi apurado prejuízo consolidado de R$ 1,193 bilhão.

No comparativo entre os dois resultados, o prejuízo consolidado da safra 2015/16 da ODB Agro foi R$ 708 milhões superior ao prejuízo da 14/15.

Confira as explicações da ODB Agro: 

 

Desde 2007, houve destinação de recursos para aquisições de empresas e construções de unidades operacionais controladas indiretamente pela Companhia. Paralelamente, quebras de safra decorrentes de fatores climáticos desfavoráveis, ocorridas nos últimos anos, e a ausência histórica de uma política governamental concreta para os preços dos combustíveis, ocasionaram impacto significativo nas margens dos produtos e, principalmente, no fluxo de caixa.

Como consequência dos fatores citados anteriormente, há um desequilíbrio no capital circulante líquido da Companhia e suas controladas que, em 31 de março de 2016, apresentam excesso de passivos circulantes sobre ativos circulantes, consolidados, no montante de R$ 3.401.128.
No final da safra 15/16, no intuito de manter a continuidade operacional, a Companhia e suas controladas firmaram
Instrumento Particular de Acordo de Reestruturação e Outras Avenças (“Acordo”) em 30 de junho de 2016, com o
objetivo de equalizar os prazos dos financiamentos com a capacidade de geração de caixa.

Leia também: Usinas registram 10 roubos a cargas de açúcar só neste ano

A reestruturação possibilita o equilíbrio no capital circulante líquido da Companhia e suas controladas, sendo importante ressaltar que a gestão do caixa é realizada de forma centralizada pelo Grupo ODB Agro. Caso os efeitos tivessem sido refletidos no encerramento da safra 15/16 haveria excesso de ativos circulantes sobre passivos circulantes no montante de R$ 2.424.909, ou seja, uma situação completamente diferente da observada em 31 de março de 2016.

Adicionalmente, dentre as ações implementadas pela Companhia e suas controladas e situações que impactaram diretamente o setor destacam-se:

(i) redução do nível de investimentos, priorizando a seletividade do plantio com foco nas áreas de renovação, privilegiando ganhos de produtividade, já como resultado da evolução dos processos agrícolas, mudança do “mix” de plantio com participação prioritária de cana de 18 meses, utilização de novos implementos/equipamentos que possibilitam o aumento do rendimento médio das colhedoras e
aceleração da curva de aprendizado;

(ii) desenvolvimento de programa de parceria com fornecedores com a finalidade de diminuir o volume de cana própria e, consequentemente, além de propiciar a sustentabilidade financeira dos fornecedores, reduzir o volume de investimentos na formação e manutenção da lavoura;

(iii) redução do volume de investimentos industriais, uma vez que as últimas usinas entraram em operação no final de 2011 e a expansão da Unidade de Eldorado, com ampliação da capacidade de moagem de 2,1 para 3,5 milhões de toneladas de cana,
foi concluída em julho de 2015;

(iv) redução de custos agrícolas e otimização de rotas para corte, carregamento e transporte de cana;

(v) diluição dos custos fixos por meio de maior eficiência e aproveitamento dos times agrícolas que possibilitou, inclusive, o atingimento do recorde de moagem em 8 usinas controladas indiretamente pela Companhia na safra 15/16;

(vi) aumento dos preços da gasolina, além do retorno da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE). Em janeiro de 2015, o Governo anunciou a volta parcial da CIDE e o aumento do PIS e da Cofins sobre a Gasolina, com a aplicação de R$ 0,10 e R$ 0,12, por litro, respectivamente, o que trouxe um impacto importante para o preço do combustível e, por consequência, impacto nos preços de Etanol. Adicionalmente, em setembro de 2015 houve aumento de 6% no preço da gasolina nas refinarias. Essa correção, somado ao comportamento do preço do petróleo internacional, impulsionou a curva de preços do etanol hidratado a partir do mês de
setembro/15;

(vii) aumento da mistura do etanol anidro à gasolina de 25% para 27%, o que também fomenta as atividades no setor;

(viii) monetização dos créditos tributários de ICMS, PIS e Cofins no montante aproximado de R$ 260 milhões nas últimas 2 safras; (ix) implantação, no 2ª semestre de 2014, do programa estruturado de redução de custos buscando, principalmente, sinergia entre as diversas áreas e operações da organização, com impacto de R$ 535 milhões entre as safras 13/14 e 15/16. Estima-se mais R$ 200 milhões nas próximas duas safras;
(x) entrada de recursos, ocorrida em novembro de 2014, por meio de emissão de debêntures privadas, no montante
de R$ 2 bilhões, subscritas pela Odebrecht Energia Participações S.A. (“OEP”); (xi) capitalização de R$ 1,7 bilhão,
sendo R$ 836 milhões em recursos financeiros aportados pela Odebrecht Agroindustrial Investimentos S.A.
(“ODB INV”), por meio de sua controladora Odebrecht S.A. e R$ 827 milhões capitalizados diretamente pela ODB INV com créditos mantidos com a Companhia, ocorrida no final da safra 14/15;

(xii) estruturação de operações, diretamente com clientes e fornecedores, reduzindo as necessidades de capital de giro, no montante aproximado de R$ 1,3 bilhão nos últimos 21 meses;

(xiii) alongamento do prazo de pagamento da dívida alocadas no curto e longo prazo, ocorrido durante a safra 14/15, com impacto direto no caixa.

Todas as ações descritas acima impactaram, direta ou indiretamente, positivamente o fluxo de caixa, possibilitando um equilíbrio maior entre ativos e passivos circulantes. Grande parte das ações realizadas serão mantidas nas próximas safras onde se espera também:
(i) estabelecimento de uma política governamental sólida para os preços dos combustíveis;

(ii) aumento da CIDE em R$ 0,60 por litro de Gasolina na refinaria em complemento aos R$ 0,10 por litro anunciados em janeiro de 2015, conforme pleito do setor;

(iii) concessão de incentivos ao setor, pelo governo federal, por meio de redução da carga tributária e acesso a linhas de financiamento mais acessíveis e com custo mais baixo para investimentos na operação, especialmente para formação e manutenção do canavial; e

(iv) melhora da margem bruta em função da diluição da estrutura de gastos fixos dado o aumento gradativo do volume de moagem e do reflexo de todas as ações iniciadas na safra 14/15 e que serão mantidas ao longo das próximas safras.

A Companhia e suas controladas concluíram a reestruturação de cerca de 95% de suas dívidas com instituições financeiras, que envolveu também o compromisso de aporte dos acionistas em valor estimado de R$ 6,2 bilhões. Com isso, a estrutura de capital e os fluxos de caixa de curto e longo prazo, tornam-se aderentes às necessidades para sustentação do negócio e dos planos de investimento e crescimento esperados pela Administração.

Segundo a ODB Agro,a Administração entende que as ações e planos descritos anteriormente são suficientes para garantir a continuidade operacional da Companhia e suas controladas e para a equalização da situação de capital circulante líquido, observada na safra 15/16, para as próximas safras, bem como possibilitar a manutenção de resultados líquidos positivos no futuro.

Caso seja necessário, recorrerá a recursos financeiros provenientes de terceiros ou de seus acionistas para garantir a conclusão desses planos e manutenção de seus investimentos e de suas operações, como já feito nos últimos exercícios.

Mais sobre a ODB Agro, segundo a própria empresa: 

A Odebrecht Agroindustrial S.A (ODB Agro) é parte do conjunto de empresas controladas pela Organização Odebrecht no setor de bioenergia a partir da cana-de-açúcar e tem como atividade preponderante a participação em empresas que atuam no setor
sucroenergético a partir da cana-de-açúcar com suas atividades no país ou no exterior diretamente ou através de suas subsidiárias operacionais.

A ODB Agro, por intermédio de suas controladas indiretas possui 9 unidades operacionais nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Suas controladas têm capacidade de moagem instalada de 36,8 milhões de toneladas de cana ano, tendo sido processadas 29,3 milhões na safra 15/16 (23,8 milhões na safra 14/15).

 

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