Mercado

Preços do álcool sobem até o início de abril

Ao voltar da folia, o consumidor se encontrará preços mais altos para os combustíveis. Durante o Carnaval, o litro do álcool chegou a R$ 2,18, em postos do Plano Piloto. A tendência é que os aumentos continuem até o mês de abril, quando começará a nova safra de cana de açúcar, prevêem José Carlos Ulhôa, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sinpetro-DF), e Roberti Piscitelli, professor de Economia da Universidade de Brasília.

Para ambos, a pressão internacional sobre o consumo de cana-de-açúcar e a falta de políticas para regular o abastecimento interno são fatores que não poderão ser resolvidos no curto prazo. O litro do álcool virou o ano a R$ 1,65 e deve chegar a R$ 2,35 nos primeiros dias de março, o que corresponde a um reajuste de 34,67%, avalia o presidente do Sinpetro-DF. A gasolina, praticada em média a R$ 2,67, deve chegar a R$ 2,80.

– O governo é impotente para garantir preços compatíveis com as possibilidades do consumidor, já que os usineiros praticam os preços como querem – diz Ulhôa, contando que os donos de postos já estão comprando álcool a R$ 1,99.

Na escala de reajuste, quem reclama é o consumidor. Para o administrador Vitor Rezende, que tem gastado em torno de R$ 420 por mês com combustível, nada justifica os aumentos.

– É um abuso com o consumidor – declara Rezende.

De acordo com o presidente do Sinpetro, Rezende ainda terá o que reclamar, já que a escassez do álcool tende a aumentar e pressionar ainda mais os preços.

– Apenas as distribuidoras de grande porte do Centro-oeste conseguiram estocar álcool, na tentativa de segurar os preços – comenta.

Falta política – Para Roberto Piscitelli, professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB), nada pode ser mais nocivo na gestão dos preços dos combustíveis do que a impotência do governo para interferir. Ele afirma que tanto a diminuição do percentual do álcool no gasolina – que passou de 20% para 10% – como a derrubada da taxação na importação do combustível são medidas de perfumaria.

– Falta planejar o abastecimento interno e executar políticas que resolvam problemas. Essa postura do governo, limitada a pressionar sem medidas efetivas que garantam o abastecimento interno, para resguardar o bolso do consumidor, de nada adianta – afirma Piscitelli.

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