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Preços do álcool hidratado devem manter trajetória de alta no ano

Os preços do álcool hidratado (usado como combustível pelos veículos

bicombustíveis) devem se manter pelo menos 10% acima da média praticada o ano passado, segundo previsões feitas por analistas do setor. Na semana passada, o preço do produto nas usinas paulistas ficou praticamente estável, passando de R$ 0,83801 por litro para R$ 0,84048, conforme levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

A forte demanda pelo álcool hidratado no mercado externo e a expansão da frota brasileira de carros bicombustíveis (flexfuel) devem manter os preços do produto aquecido até o fim da safra 2006/07, que se encerra em abril do próximo ano. Uma estudo divulgado pela RC Consultores projeta um aumento acumulado neste ano de 10,3% no preço médio, encerrando dezembro a uma cotação média de R$ 1,07 por litro.

Neste mês, o preço médio acumulado é calculado em R$ 0,85 por litro. Este valor é 16,7% inferior à média de abril, mas 46,6% mais alto que a média praticada em maio do ano passado. Para o fim da safra, a expectativa é atingir média de R$ 0,98 por litro, ante R$ 1,02 em abril deste ano.

“Mesmo que os preços subam ao longo da safra, eles não devem voltar a

atingir a média de R$ 1,22 alcançada em março, quando houve uma forte por conta da oferta no país”, avalia Fabio Silveira, analista da RC Consultores. Nesse período, o preço médio do hidratado chegou a valer 72% do preço da gasolina. Pesquisadores do Cepea dizem que para se manter vantajoso aos veículos bicombustíveis, o litro de álcool deve custar até 70% do preço do litro da gasolina.

Na semana passada, essa relação ficou em 58%, conforme levantamento da Job Economia. O preço do álcool hidratado foi vendido pelas usinas do Centro-Sul livre de impostos a R$ 875 por metro cúbico (mil litros). Incluindo PIS/Cofins e ICMS, o preço médio foi de R$ 1 mil por metro cúbico no Centro-Sul e de R$ 1.040 a R$ 1,1 mil no Nordeste. “A relação com a gasolina deve ficar abaixo de 70% até o fim do ano”, confirma Júlio Maria Martins Borges, presidente da Job Economia. Ele estima para o ano valor médio de R$ 1 mil por metro cúbico do hidratado no Centro-Sul.

Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro, diz que outro fator altista será o aumento das exportações de álcool. Ele prevê embarques totais de 3,05 bilhões de litros este ano, contra 2,6 bilhões em 2005, sendo 2,4

bilhões de litros do Centro-Sul e o restante, do Nordeste.

A União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), prevê para a safra

2006/07 uma redução de 1,9% nos embarques de álcool produzido da região

Centro-Sul do país, para 1,9 bilhão de litros. Desse total, 1,45 bilhão de

litros serão de álcool hidratado e o restante, de anidro.

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