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Preços do açúcar têm o maior recuo desde outubro de 2006

Os preços do açúcar apresentaram ontem seu maior recuo desde outubro do ano passado em Nova York devido ao receio renovado de que a safra do Brasil criará um superávit mundial e de que as cotações decrescentes do petróleo estão corroendo o preço do etanol fabricado a partir da cana-de-açúcar, segundo analistas ouvidos pelas agências internacionais.

O superávit mundial de açúcar alcançará 7,2 milhões de toneladas até o final de setembro próximo, prevê a Organização Internacional do Açúcar (OIA). O preço do petróleo alcançou sua maior baixa das últimas duas semanas, reduzindo a demanda por combustíveis como a gasolina e o etanol e interrompendo a alta do açúcar, que registrou um salto de 5,5% na semana passada.

“Registramos um déficit no primeiro trimestre deste ano, mas o mercado em geral ainda sente o peso do superávit que temos pela frente”, disse James Cassidy, chefe do setor de negociação de açúcar da Fimat USA Inc. em Nova York. “A alta já terminou. Estamos voltando a nos concentrar no superávit do segundo semestre.”

O açúcar para entrega em maio recuou 0,56 centavos, ou 5%, passando a valer 10,66 centavos por libra-peso na Bolsa de Commodities de Nova York, o maior declínio de um dos contratos mais negociados desde 18 de outubro do ano passado. O açúcar recuou 39% nos últimos 12 meses após os estoques do produto terem aumentado e os preços dos combustíveis terem caído a partir de altas recorde em julho do ano passado.

A produção de açúcar do próximo ano-safra deve ficar em 161,8 milhões de toneladas, 1,1% a mais do que o previsto anteriormente, após o Brasil e a Índia terem elevado sua produção, disse ontem a F.O. Licht, empresa de análise de commodities alemã.

Os preços da commodity subiram na semana passada devido ao receio de que o aumento da demanda por parte da Rússia, o maior importador mundial do produto, e a redução da produção por parte do México no primeiro trimestre deste ano pudesse estar reduzindo os estoques, disseram analistas. O Brasil, o maior produtor mundial de açúcar, iniciará sua colheita no mês que vem.

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